Artigos de saúde
A crise epiléptica (disritmia cerebral)
resulta de uma atividade elétrica anormal das células cerebrais. As reações químicas
responsáveis pela atividade elétrica cerebral não são claramente conhecidas, nem os
distúrbios químicos que as determinam. As crises podem ser desencadeadas por vários
fatores metabólicos, como hipoglicemia, hipernatremia, hiponatremia, hipopiridoxinemia,
hipomagnesiemia, alcalose respiratória, hipocalcemia, hipoxemia, galactosemia, erros do
metabolismo dos aminoácidos, doenças de metabolismo lipídico, uremia, insuficiência
hepática aguda, insuficiência supra-renal, porfiria intermitente aguda, síndrome de
Reye, síndromes de abstinência (interrupção brusca de álcool, barbitúricos,
tranqüilizantes etc.), intoxicações (água, atropina, inseticidas organoclorados,
chumbo, gasolina, querosene, mercúrio, ferro, estricnina, digital, salicilatos,
isoniazida, álcool etílico, antidepressivos tricíclicos, sais de tálio, cânfora,
cocaína etc.), envenenamentos (escorpiônico, picada de aranha "viúva-negra").
A crise epiléptica pode surgir também como uma forma inespecífica de reação a
qualquer acometimento cerebral orgânico (encefalopatia hipertensiva, traumatismo,
embolia, tumores, infecções, hemorragias, anomalias congênitas, facomatoses, arterite
por colagenoses, neurocisticercose, toxoplasmose, histoplasmose, triquinose,
esquistossomose, malária, AIDS, doenças degenerativas, como a coréia de Huntington,
Jacob Creutzfeldt, Alzheimer, Pick etc.).
A reação de estresse da convulsão, causada, por exemplo, por hipoglicemia, leva à
liberação de adrenalina, que, por sua vez, eleva a glicemia rapidamente. Assim, a
dosagem sangüínea da glicose após uma crise convulsiva pode ser normal ou elevada na
vigência real da hipoglicemia. A história e o exame clínico levarão à suspeita de
hipoglicemia, que será medicada em desacordo com o resultado laboratorial. Uma crise
convulsiva isolada significa predisposição epiléptica, pois outro indivíduo submetido
à mesma noxa não a tem.
Fonte: Manual de Urgências em Pronto-Socorro - 5a. Ed. - 1996.
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