Artigos de saúde
Quando uma pessoa se vê diante de um
bloqueio de natureza orgânica e/ou psicogênica existe a possibilidade de ela desenvolver
interrupção em uma das três fases que compõem o ciclo da resposta sexual (desejo,
excitação e orgasmo).
Neste caso, o transtorno sexual é denominado disfunção sexual, que constitui a
situação clínica mais freqüentemente enfrentada pelo médico. De uma maneira
simplista, podemos classificar as disfunções sexuais em:
- Disfunções do desejo.
- Disfunções da excitação.
- Disfunções do orgasmo.
- Dispareunia e vaginismo.
Disfunções do desejo: São também chamadas de disfunções de apetência, da
libido, disfunção sexual geral ou, como é impropriamente conhecida,
"frigidez".
Disfunções da excitação: São também chamadas de disfunções eretivas, de
lubrificação ou "impotência" - termo também inadequado.
Disfunções do orgasmo: São também chamadas de disfunções "do prazer",
ejaculatórias - ejaculação precoce (ou prematura) e retardada (incompetência
ejaculatória) - e anorgasmia.
Dispareunia e vaginismo: A dispareunia (coito doloroso) e o vaginismo, também
importantes disfunções, devem ser considerados à parte, pois podem existir na presença
de desejo, excitação e orgasmo. A primeira trata de um processo que se caracteriza por
algia coital; o segundo distúrbio define-se como a impossibilidade parcial ou total de
realização do coito, devido à contração espástica e involuntária da musculatura
vaginal (pubococcígea etc.).
Geralmente, a dificuldade de resposta sexual dá-se apenas em uma das fases, porém, pode
ocorrer o comprometimento conseqüente de outra(s).
Exemplo 1 - Uma mulher vê-se às voltas com problema de anorgasmia (ausência de
orgasmo) e, com o tempo, tem percebido uma menor capacidade de lubrificação vaginal.
Decorridos três anos de dificuldade orgástica nota atualmente uma inibição acentuada
do desejo sexual.
Exemplo 2 - Um homem com "impotência" de aproximadamente um ano nos procura
extremamente assustado, pois, até bem pouco tempo atrás, apresentava desejo sexual, o
qual vem diminuindo drasticamente e complicando mais a sua relação conjugal e,
conseqüentemente existencial.
O diagnóstico do primeiro caso deve ser dado como disfunção do orgasmo, repercutindo
secundariamente no desejo e na excitação sexuais. O segundo caso trata de uma
disfunção eretiva que se somou a uma inapetência sexual. É importante esclarecermos
aos clientes, nessas situações que a deterioração das outras fases vem como
conseqüência de toda uma dinâmica que se instala a partir de um único problema.
Tensão, ansiedade de desempenho, comportamento de fuga e esquiva passam a fazer parte de
suas relações, gerando processos que se sobrepõem.
"O desejo é, às vezes, inibido pela simples ansiedade de desempenho, a previsão de
falta de prazer no ato, ou o leve sentimento de culpa acerca da atividade sexual e do
prazer. Para não enfrentar um fracasso aflitivo, a pessoa 'opta' inconscientemente por
não sentir coisa alguma. Simples excesso de preocupação em agradar o parceiro,
juntamente com falha de comunicação das próprias necessidades podem ser também causas
da repulsa das sensações eróticas. Repetidas experiências de sexo sem prazer - não
gratificantes - podem, depois de algum tempo, conduzir ao desinteresse." (Tockus,
1986)
Resumindo, podemos afirmar que as disfunções sexuais caracterizam-se pelas
perturbações da fase orgásmica, excitação e/ou desejo, que integram o ciclo da
resposta sexual humana. A dispareunia e o vaginismo, como dissemos anteriormente, devem
ser colocados à parte.
Fonte: Patologia e Terapia Sexual - 1ª Ed. - 1994.
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