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O hemograma é um exame que analisa as variações quantitativas e morfológicas dos
elementos figurados do sangue. A afirmação do hematologista Dr. Marcelo Noce Rocha que
explica ainda que, como todo exame, complementa dados clínicos para auxiliar o médico na
formulação de uma hipótese diagnóstica.
Segundo o hematologista , não há como quantificar as informações que um hemograma pode
oferecer ao médico. O importante a salientar é a análise que o mesmo pode proceder aos
elementos figurados do sangue. A série vermelha é constituída pelas hemácias e a sua
análise quantitativa permite a observação dos quadros de anemias e das policitemias,
que em conjunto com os índices a ela relacionados, trazem ao médico assistente, várias
orientações importantes para as complementações propedêuticas.
Na análise qualitativa das hemácias, sua morfologia, por vezes, é suficiente para
confirmar alguma hipótese diagnóstica como nos casos de drepanocitose ou anemia
falciforme, além de ressaltar vários cuidados importantes na condução do determinado
quadro clínico, como por exemplo, o encontro de hemácias fragmentadas em hipótese de
comprometimento da micro-circulação.
Importância
O Dr. Marcelo Noce comenta também que a análise freqüente dos leucócitos permite ao
médico assistente a confirmação de uma orientação proposta, de acordo com os dados
achados no exame clínico. Um dos exemplos que mais freqüentemente poderíamos utilizar
seria a hipótese de problema de abdome agudo que é a análise do leucograma. Associadas
a outros exames laboratoriais e ultra-sonográficos, pode permitir ao médico uma decisão
da correta orientação terapêutica. Enfim, uma decisão do tipo de tratamento e
resolução final para um caso.
A acurada análise morfológica dos leucócitos, de realização muitas vezes difícil,
devido às múltiplas variações que podem sofrer de acordo com as patologias instaladas,
serve para definir o divisor, entre uma simples virose ou uma patologia maligna, esclarece
o médico .
As plaquetas, segundo o hematologista Marcelo Noce, são as que completam os elementos
figurados do sangue. Eles também, têm a sua importância analítica, quer seja
qualitativa como quantitativamente, frisa.
Na maioria dos casos, as alterações quantitativas permitem identificar patologias
hemorrágicas, como por exemplo, as púrpuras, e por vezes orientar ao clínico uma
pesquisa de outras patologias, relacionadas à imunidade, que apresentam como
manifestação primária, a diminuição de número desses elementos. A análise
qualitativa, muitas vezes negligenciada, talvez pela dificuldade em realizá-la, orienta
para hipótese de patologias primárias das plaquetas. Como síntese, “a avaliação
de um hemograma, pode ser o ponto inicial de uma formulação diagnóstica, e sua
importância se relaciona a facilidade de sua realização e a análise pormenorizada de
suas variantes”, ratifica o hematologista.
Divisão
O hematologista Marcelo Noce explica que com apenas uma pequena amostra de sangue obtida
por punção venosa ou arterial, em anticoagulante específico (EDTA), pode-se obter os
seguintes parâmetros com o hemograma:
- A série vermelha ou eritrocitária que é constituída pelos glóbulos vermelhos ou
hemácias. Dentro desta série, segundo o médico, são avaliados os números de hemácias
e a concentração de hemoglobina.
- O hematócrito, que é a porcentagem da massa do eritrócito em relação ao volume
sanguíneo. De posse desses dados, ele informa que são calculados os índices
hematimétricos.
- A chamada série branca ou leucocitária é constituída pelos glóbulos brancos ou
leucócitos. Dentro desta série, explica o especialista, acontece a avaliação do
número de leucócitos, além disso, é feita a diferenciação celular. Na série
plaquetária é avaliado ainda o número de plaquetas, como também, a sua morfologia.
O hematologista Marcelo Noce explica que estes dados relacionados aos dados clínicos se
mostram muitos importantes no acompanhamento de vários processos fisiológicos, como
também patológicos. Eles são extremamente importantes para fornecer informações
complementares que auxiliam o médico em várias determinações diagnósticas, além de
ser, portanto um exame de fácil confecção e de grande resolução.
Sangue: item por item
A extensão de um exame de sangue como também a sua abrangência vai além do que uma
pessoa leiga possa imaginar. Neste tipo de exame poderão ser avaliados vários fatores,
como o número de hemácias em milhões, hemoglobina, hematócritos em %, volumes e
contagem global de hemácias em g/dl, os leucócitos, bastonetes, segmentados,
eosinófilos, segmentados, basofilos, linfócitos típicos e monócitos e a contagem de
plaquetas. Para cada um destes itens avaliados, existem valores de referência. Por
exemplo, em uma pessoa adulta, estes valores variam entre o sexo feminino e masculino e os
valores destes índices são padrões normalmente estabelecidos e padronizados. Por
exemplo, os valores de referência em adultos, no caso do homem para as hemácias em
milhões/mm3 varia de 4,10 a 5,70 e na mulher, este número varia entre 4,00 até 5,20. Um
outro exemplo é a análise da hemoglobina em g/dl, cujo índice valor de referência
varia de 14,0 a 18,0 para o homem e na mulher este índice poderá ir de 12,0 até 16,0.
Entenda melhor o que é sangue
O sangue é um tecido líquido que veicula os elementos indispensáveis à vida. No corpo
humano circulam cerca de 5 litros de sangue. As células sanguíneas formam-se
principalmente na medula óssea, sobretudo nos ossos chatos e extremidades dos ossos
longos. O sangue humano é composto pelo plasma em 55%, sendo 2% de leucócitos e
plaquetas e os 43% restantes correspondem aos eritrócitos.
O sangue, segundo o médico possui várias funções como o transporte de hormônios e
enzimas, a manutenção da temperatura do corpo, a remoção dos resíduos tóxicos, o
transporte de oxigênio substâncias nutrientes e a defesa do organismo.
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