Artigos de saúde
A maior parte das mulheres consome álcool antes de saber que está grávida. Desta forma, fortalece-se que nem sempre os efeitos da bebida no crescimento e
desenvolvimento normal dos fetos são nocivos.
Sem dúvida, está claro e comprovado cientificamente que beber de maneira crônica e
exceder-se no consumo afeta o crescimento normal dos bebês. A OMS (Organização Mundial
de Saúde), tem realizado estudos que demonstram a influência negativa do álcool quando
consumido por mulheres durante a gestação. O dano não se apresenta na mulher, mas sim
no feto que está se desenvolvendo no útero.
Efeitos prejudiciais mais freqüentes no feto:
- Malformações: no corpo, nos órgãos internos e, em parte dos sentidos.
- Síndrome de Down: atraso mental.
- Deficiências orgânicas: após o nascimento, a criança pode apresentar incapacidade de
desenvolvimento normal, dificuldades de aprendizagem, defeitos de caráter, pobreza mental
e espiritual.
- Morte: o excesso de álcool pode causar um aborto.
Como o álcool afeta o feto?
Qualquer quantidade de álcool, por menor que seja, pode por em risco o
desenvolvimento do feto, produzindo deficiências físicas e mentais. Segundo a Dra.
María Luisa Martínez, médica espanhola e conhecedora do tema, as bebidas alcoólicas
penetram no feto, através da corrente sangüínea materna. Os danos são produzidos,
porque a gestante elimina duas vezes mais rápido o álcool do seu sangue que o bebê,
forçando-o a realizar uma tarefa para qual seus órgãos não estão preparados.
Martínez sustenta também que o álcool pode criar um déficit no coeficiente intelectual
do bebê.
O que é síndrome fetal do álcool?
É um grupo de defeitos encontrados no nascimento. Os defeitos são físicos e
mentais, resultados do consumo de álcool durante a gravidez. Como citado anteriormente,
estes defeitos incluem atraso mental, déficit de crescimento, mau funcionamento do
sistema nervoso, anomalias cranianas e desajustes de comportamento.
Segundo a OMS, a cada ano, 12.000 bebês no mundo nascem com a síndrome fetal do álcool.
Alguns sintomas podem não serem óbvios até que o bebê complete uma idade entre 3 e 4
anos.
Em palavras coloquiais, a síndrome pode ser descrita como um "invólucro
permanente" para o bebê, seu crescimento é tardio, sua capacidade intelectual está
reduzida e apresenta maior risco de morrer durante a infância.
Existem programas de apoio?
Os programas de apoio são bastante escassos, as organizações que se encontram
vinculadas são, na maior parte, fornecedoras de informações sobre o problema. A OMS
realiza estudos onde são diagnosticados os efeitos do álcool nos embriões durante a
gravidez. Do mesmo modo, a Organização sobre a Sindrome Fetal do Álcool presta apoio
acadêmico para a prevenção do consumo de álcool em gestantes.
Sem dúvida, não existe nenhuma organização mundial de alcoolismo que preste apoio
internacional, a maioria são entidades locais, e, em vários países, não existem.
Uma só dose traz danos?
Muitas pessoas crêem que o simples ato de tomar uma taça de vinho, no almoço
ou no jantar, pode prejudicar de alguma maneira o embrião. Segundo especialistas, o
organismo de cada pessoa é distinto e reage de maneira diferente ao álcool. Algumas
mulheres podem - e de fato o fazem - ingerir vinho, em doses apropriadas, para combater o
stress da gravidez, para relaxarem ou em ocasiões especiais.
Segundo o Dr. Luis Alberto Garza, têm importância a história genética da mãe e o
comportamento frente ao álcool antes de ficar grávida. Neste sentido, mulheres com
antecedentes familiares de alcoolismo e uma história pessoal de excessos, geralmente,
apresentam maior risco de causar dano ao feto, sempre, e quando consuma álcool.
A solução: Educação
A solução não está em deixar de consumir álcool quando há um conhecimento
do risco. Muitas vezes, o dano já foi provocado e não há modo de corrigi-lo. A Dra.
Sonia Rincón afirma que muitos obstétras recomendam pequenas doses de álcool para
mulheres grávidas como algo que traz benefícios. Isto pode não ser prudente, pois
alguns organismos são diferentes de outros e não respondem de maneira igual aos
estímulos do álcool.
Segundo a Organização sobre a Síndrome Fetal do Álcool, cerca de 20% dos nascimentos
com defeitos congênitos são devido ao consumo de licor.
Desta forma, os fatores ambientais podem servir como apoio para que isto não se suceda. O
apoio familiar, a companhia, um ambiente de harmonia e a colaboração daqueles que se
encontram ao redor da mulher, no decorrer de sua gravidez, são um requisito fundamental
para evitar o risco do consumo de álcool. Da mesma forma, o planejamento familiar pode
contribuir para que não haja consumo de álcool nas primeiras semanas de gestação.
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