Artigos de saúde
Especialista alerta sobre os perigos da auto-medicação
As pessoas mais tensas e de estilo de vida mais agitado estão mais propensas a
fibromialgia, quem faz é o alerta o médico, especialista em ortopedia, Dr. Antônio Tufi
Neder Filho lembrando que os portadores deste tipo de problema precisam se adequar a um
sistema de vida mais tranqüilo, equilibrado e saudável, praticar esportes e, acima de
tudo, evitar a auto-medicação - um problema sério para quem sofre dos males da
fibromialgia.
Segundo o médico, fibromialgia e fibrosite são muito parecidas, mas o significado é
muito diferente. A fibromialgia, também chamada de fibrose, é bastante complexa, e nos
últimos anos tem merecido especial atenção devido à sua alta incidência na
população, principalmente entre as mulheres no período próximo da menopausa.
Vários mecanismos estão envolvidos no seu aparecimento, como alteração hormonal,
tensão emocional e stress, perturbação no mecanismo do sono e, provavelmente, outros
ainda não caracterizados.
A doença se manifesta com dores localizadas em vários pontos do corpo, espontaneamente,
ou aparecendo por simples compressão local. Os pontos musculares são os mais sensíveis,
predominando pescoço, costas, braços e coxas. Estes pontos podem doer, inclusive com o
repouso prolongado, após a prática de algum exercício físico, durante a noite
interrompendo o sono, ou mesmo em situações de tensão e angústia.
A cervicalgia, a dorsalgia muscular e cervicobraquialgia são quadros definidos e já
bastante conhecidos há bastante tempo, cujos sintomas tem sido confundido com a
fibromialgia, explica o especialista.
Já a fibrosite é um termo que tem sido aplicado a um complexo sintomático pouco
definido que é caracterizado pela dor e pela rigidez em diversas áreas, mais comumente
no pescoço, na cintura escapular e na face posterior do tronco.
Segundo o especialista, os sinais físicos, exceto alguns nódulos questionáveis ou o
espessamento da fáscia profunda, estão normalmente ausentes, e os estudos de
laboratório e radiográficos são negativos. O termo fibrosite é baseado em hipóteses
vagas e no uso comum mais do que em anormalidades anatômicas. As áreas localizadas de
sensibilidade, comumente em zonas paravertebrais mediais à escápula, foram denominadas
"pontos de gatilho".
A síndrome geralmente se inicia pelo meio da vida, ou seja a partir dos 40, 50 ou 60 anos
de idade. Como a grande maioria dos pacientes parece tensa e ansiosa, como também não
possuem bases objetivas reconhecíveis para os sintomas, a síndrome freqüentemente é
considerada como psicogênica. Desde que dor e a rigidez podem ser manifestações de uma
variedade de distúrbios músculo-esqueléticos, neurológicos e sistêmicos, o
diagnóstico de fibrose exige a exclusão de doenças mais definidas.
O paciente e seu médico tendem a compartilhar de uma experiência infeliz nos esforços
para controlar os sintomas. Os resultados de uma confiança, que a doença grave está
ausente são variáveis. Assim também são os resultados da terapêutica com salicilatos,
sedativos, antiinflamatórios e relaxantes musculares.
Tratamento
Segundo o Dr. Antônio Tufi, os exames laboratoriais são normais e estudos mais recentes
têm mostrado alterações no ritmo do sono. É uma doença de difícil tratamento,
exigindo intervenção de diversos profissionais, como fisioterapeutas, fisiatras, entre
outros.
O tratamento para a fibromialgia é feito através do uso de relaxante muscular,
analgésicos, antiinflamatórios e antidepressivos. Nestes casos com resultados
particularmente bastante favoráveis. Normalmente, acrescenta o médico, este tratamento
é associado à fisioterapia. Durante o tratamento fisioterápico é realizado a
termoterapia, através do uso do ultra-som, Tens (transcutaneous eletric nerve
stimulation) e ondas curtas. É usada também, a cinesioterapia que consiste de alguns
tipos de ginástica, além de uma orientação de reeducação da postura.
O médico explica ainda que a palavra polimialgia, isoladamente, apenas indica dor em
vários grupos musculares, sem caracterizar uma doença em especial.
O especialista faz questão de frisar sobre os riscos da auto-medicação lembrando que se
um medicamento é prescrito para uma pessoa ele não deve nunca ser usado por um amigo ou
conhecido. "Cada caso é um caso e toda doença ou problema de saúde só deve
tratado por um especialista de sua área" .
Considerações e validade
Dr. Antônio Tufi ratifica que a fibromialgia não é uma doença nova. O aumento no
número de diagnósticos caracterizado e generalizado com este nome, segundo ele, é
atribuídos a um ritmo de vida agitado e também ao sedentarismo da maioria das pessoas em
conseqüência da falta de tempo para a prática um esporte é que tem sido motivo de
tanta preocupação. "É importante pois que se enquadre os sinais e sintomas de cada
paciente, em um diagnóstico definido para que de uma forma individualizada possamos dar
ao mesmo um tratamento correto que o beneficiará e certamente trará o fim do seu
problema", frisa o médico.
O especialista esclarece ainda que o fato da pessoa ter um trabalho forçado ou que
demande grande esforço físico para o mesmo, não a isenta da necessidade da prática de
um exercício físico - o que contribui sobremaneira para que esta pessoa tenha uma vida
saudável. Durante o trabalho, nós consumimos o organismo que mesmo para as atividades da
vida diária necessita de um condicionamento. Este condicionamento, nós o adquirimos
praticando um esporte ou uma ginástica. Assim teremos o organismo preparado para nossas
atividades proporcionando maior qualidade de vida e naturalmente mais saudável,
complementa.
Com relação aos métodos alternativos como os que têm sido geralmente divulgados com a
possibilidade de cura para fibromialgia ou os outros transtornos osteomusculares, o
médico destaca que eles nada mais são do que modalidades de condicionamento aplicadas
por determinadas técnicas já conhecidas de longa data. Estas modalidades, porém, devem
ser do conhecimento do seu médico assistente, pois ele é profissional habilitado que
deve determinar pela continuidade e pela validade destas técnicas. Elas não devem ser
realizadas por profissionais que se dizem conhecedores da "medicina oriental" ou
massagistas que "colocam a coluna no lugar", finaliza o ortopedista.
Copyright © 2000 eHealth Latin America
Veja também