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Neste Artigo:
- Prevenir, Antes que Remediar
- Uma Reflexão:
Interdependência: A Teia da Vida
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"O que existe entre o céu e a terra que pode afetar tanto a nossa vida? Que
relação há entre a nossa pele, a nossa saúde e os raios que vêm do alto, durante o
dia? Por que, a cada árvore que cai, um pouco do nosso ar puro nos é furtado? É preciso
estabelecer ligações de tudo com tudo, como se nossa vida fosse - e realmente é - uma
imensa trama, uma imensa teia, onde a harmonia de um minúsculo inseto em frente à nossa
casa, quebrada pela poluição ou pelo desmatamento, ou o esguichar de um simples aerossol
na rua defronte, isso tudo pode ter efeitos acima daquilo que conseguimos supor, em
países tão distantes que talvez nunca venhamos a visitar. Viajando no tempo e chegando
até os dias de hoje, esta reportagem aborda as lições dessa teia e os cuidados que devemos tomar para
assegurarmos o bem-estar e a saúde, tanto do ponto de vista ecológico quanto do ponto de vista médico, porque, no fundo, estas coisas estão intrínsecamente ligadas, são interdependentes. Como uma teia."
De acordo com informações de um site de dermatologistas, "o câncer da pele é um
tumor formado por células da pele que sofreram uma transformação e multiplicam-se de
maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido (neoplasia)". Os
especialistas afirmam que, entre as causas que predispõem ao início desta
transformação celular, aparece como principal agente à exposição prolongada e
repetida à radiação ultravioleta do sol. Os mais atingidos pelo câncer de pele são
principalmente as pessoas de pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se
bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade. Os médicos indicam que cerca de 90% das
lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol, o que demonstra a
importância da exposição solar para o surgimento do tumor. Daí a conclusão de que a
proteção solar é a principal forma de prevenção ao câncer de pele.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, SBD, o câncer da pele vem
aumentando sua incidência vertiginosamente em praticamente todo o mundo. "Nos
Estados Unidos, onde os estudos epidemiológicos são regularmente realizados, cerca de
1.200.000 casos novos foram diagnosticados em 1999 e provavelmente 10.000 pacientes
perderão a vida. Assim sendo, o câncer da pele representa um dos mais graves problemas
de saúde pública, configurando uma 'epidemia silenciosa' que compromete não só a
saúde da população, como também a economia de um país", esclarecem em sua home
page.
No Brasil, a SBD estima que ocorrerão a cada ano, 100.000 novos casos de câncer da pele.
"Os números atualmente disponíveis são escassos e irregularmente coletados.
Entretanto, o câncer da pele não é valorizado nas discussões e publicações
oncológicas, porque a sua mortalidade é baixa quando comparada aos outros cânceres. Por
menor que sejam estes números no que se refere a mortalidade, sempre deveriam ser
encarados como importantes, pois em relação ao câncer da pele, nós sabemos o que causa
e quem vai ter. Portanto, trata-se do único câncer onde as medidas de atenção
primária são melhores aplicáveis", alerta a instituição.
De acordo com a SDB, o câncer da pele é devido, principalmente, a uma causa evitável; a
excessiva exposição ao sol sem a devida proteção, primordialmente, por indivíduos
fenotipicamente predispostos. Trata-se, portanto, do câncer mais prevalente no Brasil.
Os médicos da SBD alertam para a exaltação ao bronzeamento pela mídia, que se dirige
principalmente ao jovem. Nesta idade é quando a ação solar se faz de forma mais
intensa, "principalmente pelo longo tempo e forma inadequada de exposição".
A SDB defende a instituição de um programa nacional para o controle do câncer de pele,
"bem estruturado e nas diferentes regiões do país" e propõe um trabalho
preventivo, relacionando a uma ação educacional, e também uma ação dirigida ao
diagnóstico precoce, uma vez que, quando identificado em tempo, o Melanoma, representante
mais agressivo dos cânceres de pele, é perfeitamente curável. "O câncer da pele,
como é sabido, apresenta uma evolução lenta, portanto, em condições de ser
diagnosticado em suas fases menos agressivas", explicam os médicos. O programa
defendido pela SDB pretende, como meta, que até o final do ano 2000, pelo menos 80 % da
população tenha recebido uma mensagem veiculada sobre os danos causados pela exposição
inadequada ao sol. A SDB acredita que "a epidemiologia do câncer da pele ocupará
uma posição de destaque nas prioridades dos órgãos governamentais, quando houver uma
percepção política do impacto científico das realizações dos profissionais
dermatologistas".
Prevenir, Antes que Remediar
Podemos, então, tomar consciência da estreita relação que existe entre o céu, a
terra, o homem e o que o este produz ou destrói. Não de maneira vaga, como se nossas
vidas fossem hoje parte de um filme de ficção. Os raios UVA, embora o nome sugira, não
são uma ficção e, sim, uma realidade.
E a relação é simples, mas o início da cadeia de acontecimentos acontece lá atrás,
com nossa atitude ambiental. Cada vez que cortamos uma árvore estamos tirando uma
possibilidade do planeta respirar. Muitas árvores retiradas, aumento de lixo e poluição
concomitantes, agentes químicos espalhados no ar, tudo isso é a mistura exata de
ingredientes para atrair a fúria da Natureza. A fúria que os povos de séculos atrás
tentou aplacar, sem exatamente saber porquê.
Para se ter uma idéia, os efeitos nocivos desses raios sobre a pele vão se acumulando ao
longo dos anos, ou seja, quanto mais ficarmos expostos, mais 'créditos' tratam de reunir
para si as células cancerígenas, originadas pela incidência do UVA na superfície de
nosso corpo.
Segundo as informações do GMB, as pessoas de pele clara, que possuem menos melanina na
pele (pigmento que dá a coloração escura) são as mais atingidas, pois a exposição ao
sol não proporciona o bronzeamento e, sim, a queima da pele. E a pele, o maior órgão do
corpo humano, é justamente a nossa capa protetora, que nos reveste e a primeira a sentir
a ação de tudo que acontece externamente ao corpo.
Isso quer dizer que, para ter menor incidência de câncer de pele na idade adulta, o
homem deve aprender a se proteger desde criança dos raios solares ocorrendo entre 10 e 15
horas, quando os raios UVA têm sua ação realçada.
De acordo com a engenheira química especializada em cosmetologia, Sônia Corazza, "a
pele é a barreira de proteção do corpo, apresentando no seu sistema de defesa, uma
proteína fibrosa chamada queratina, que absorve 60% dos raios UVB e 20% dos raios UVA.
Em paralelo acontece um estímulo para a produção de melanina, um pigmento escuro de
defesa, que tem como resultado visual o chamado bronzeamento".
A cosmetologista alerta para o fato de que "queimaduras severas antes dos 20 anos
duplicam as chances de desenvolver câncer de pele durante a vida". Ao alertar para
que nunca se exceda a 4 horas diárias de exposição ao sol, a especialista ainda dá a
seguinte dica sobre tempo máximo que uma pessoa deve permanecer exposta ao sol, conforme
seu tipo de pele, e qual o FPS (Fator de Proteção Solar) indicado:
· Pele Muito Clara: FPS 30, tempo máximo de exposição ao sol: 4h
· Pele Clara: FPS 15, tempo máximo de exposição ao sol: 4h30min
· Pele Média: FPS 8, tempo máximo de exposição ao sol: 3h44min
· Pele Morena: FPS 4, tempo máximo de exposição ao sol: 2h48min.
· Pele Escura: FPS 4, tempo máximo de exposição ao sol: 4 h.
Segundo a Associação dos Dermatologistas, o câncer de pele é tratável e sua ação é
reversível, porém a prevenção ainda é a atitude mais indicada pelos especialistas.
Verificar periodicamente o surgimento ou o aumento de manchas escuras, verrugas e pontos
que coçam ou mudam de cor e, em caso de dúvida, procurar imediatamente um médico.
Sem esquecer de, ao mesmo tempo, respeitar a Natureza que envolve não somente a superfície da Terra, mas o alto dos céus, pois da integração de tudo isto depende
nossa qualidade de vida.
Uma reflexão: Interdependência: A Teia da Vida
Não é à toa que alguns povos primitivos cultuavam e ainda cultuam os elementos da
Natureza e os astros celestes como o sol e as estrelas.
As oferendas e os rituais destinados às árvores, aos rios, ao sol e à lua escondem um
sentimento coletivo hoje bastante simples de ser identificado: o temor diante de seres
poderosos, com os quais podemos lidar até certo ponto, porém não mais além. O sol, as
árvores, as águas dos rios são 'seres' que influenciam diretamente nossa qualidade de
vida e nossa saúde, daí ser fácil entender que dependemos deles para nossa
sobrevivência.
Parece até que esses povos primitivos podiam prever o futuro e por isso faziam suas
oferendas, para que, por exemplo, o sol não se zangasse com o homem, nem os raios, nem as
chuvas. E o futuro confirma o temor dos nossos ancestrais, um temor vago, indefinido, mas
que já sabia qual poderia ser o destino do planeta e também o nosso destino.
Por um lado, nós, seres humanos, aumentamos em número vertiginoso. Já não é preciso
caminhar dias e noites pelos desertos para encontrar outro ser vivo e com ele dividir um
rio inteiro para nos banharmos, ou toda a produção de frutos de uma floresta selvagem.
Hoje, principalmente nos grandes centros, dá-se o contrário - o homem esbarra no homem a
cada fração de segundos, quando não é espremido por ele nos metrôs e nos vagões de
trem. A disputa pelo alimento se tornou tão acentuada que por três maçãs somos capazes
de eliminar uma vida. Formamos uma enorme massa humana que, além do crescimento
descontrolado, precisa comer, vestir-se, calçar, usar o fogo e produzir mil
parafernálias para consumir, trocar ou vender.
Isso tudo tem um preço. Produzimos lixo e poluição em volume proporcional ao aumento de
nossa população. Devastamos florestas e exterminamos animais para nos alimentarmos.
Aumentamos o número de indústrias e despejamos poluentes nas águas e ejetamos fumaça
para cima, rumo à atmosfera.
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