Artigos de saúde
Neste Artigo:
- Introdução
- O estudo
- Resultados
- Comentários
- Conclusão
- Veja Outros Artigos Relacionados ao Tema
Alguns medicamentos possuem reações adversas (efeitos colaterais), podendo
desencadear, além de urticária (uma lesão da pele acompanhada de prurido-coceira),
reações generalizadas. Estas podem, às vezes, ser graves, acompanhadas de sintomas
gerais, como febre, dor em articulações (artralgia), dor de cabeça (cefaléia), coriza
(secreção nasal) e outros. As reações adversas, caracterizadas por lesões na pele,
são denominadas farmacodermias e podem ser precipitadas por diversos tipos de
medicamentos.
Introdução
As erupções da pele provocadas por drogas, corantes e conservantes apresentam
incidência crescente. Não é muito longe da verdade dizer que qualquer droga pode causar
ou mimetizar qualquer erupção dermatológica (da pele).
A reação cutânea provocada por drogas, corantes e conservantes apresenta incidência
crescente. Não é muito longe da verdade dizer que qualquer droga pode causar ou
mimetizar qualquer erupção dermatológica. Os medicamentos como as sulfas, os
anticonvulsivantes, os antibióticos, os analgésicos, os antiinflamatórios e os
tranqüilizantes são as medicações que mais comumente ocasionam efeitos colaterais como
reações cutâneas (rashes cutâneos).
Os mecanismos mais importantes pelos quais surgem os fenômenos cutâneos (denominados rashes
cutâneos) são a intolerância e a idiossincrasia, a superdosagem e os efeitos
colaterais, as reações cruzadas, a liberação de histamina e as reações de
fotossensibilidade e de hipersensibilidade.
Os medicamentos mais freqüentemente implicados em reações graves são antibióticos,
como as penicilinas, sulfonamidas, tetraciclinas; e outros remédios, como dipirona,
hidantoína, barbitúricos, fenilbutazona, fenolftaleína, clorpropamida e aspirina.
Os antibióticos são os medicamentos mais prescritos para as crianças e consistem na
maior causa de reações adversas induzidas por drogas nesta faixa de idade.
Entretanto, a maioria dos efeitos colaterais é de pequena importância, sendo
transitórios. Dentre eles, incluem-se as manifestações cutâneas, ou seja, reações
alérgicas manifestadas por alterações de pele. Entretanto, podem ocorrer reações mais
graves e até fatais com o uso de antibióticos, sendo então, necessário um cuidado
maior com a saúde da criança e até mesmo a sua internação.
Além disso, é possível que estas reações colaterais levem à alteração da conduta
do profissional da saúde, o médico, quanto ao tratamento da criança, resultando na
administração de medicamentos alternativos, que não causem reações da pele, como
antibióticos diferentes.
Neste caso, os antibióticos utilizados poderão ser de maior valor e resultarem na
promoção de resistência bacteriana mais facilmente, ou seja, se houver outra
infecção, o antibiótico não surtirá o efeito desejado, que é a cura do paciente.
As reações colaterais causadas por drogas são comuns e têm um impacto significativo no
sistema de saúde. No ano de 1994, aproximadamente dois milhões de pacientes
hospitalizados nos Estados Unidos sofreram graves reações adversas a drogas, sobretudo
cutâneas e cerca de cem mil destas foram fatais, o que tornou estas reações a quarta
causa de morte naquele país.
Há várias informações acerca da prevalência, distribuição e tipos de erupções
cutâneas relativas a cada tipo de medicamento, sobretudo antibióticos, geralmente
prescritos de acordo com indicações precisas. A maioria destes estudos relaciona-se aos
adultos, em detrimento às crianças. Estudos recentemente publicados, demonstraram que a
prevalência de reações adversas cutâneas (rashes) associadas aos antibióticos
são raras em pacientes pediátricos.
Um estudo publicado pela revista Archives of Dermatology, em agosto de 2000, concluiu que
os rashes cutâneos causados por antibióticos, em crianças, ocorrem comumente,
sobretudo, com o uso do antibiótico cefaclor.
O estudo
Neste estudo, os pesquisadores realizaram uma avaliação da freqüência e da
gravidade dos diversos tipos de efeitos colaterais sobre a pele, as erupções cutâneas,
associados à utilização de antibióticos de uso oral no tratamento de infecções em
crianças.
Os diagnósticos mais freqüentes da clínica que necessitaram de um tratamento com a
administração de antibióticos foram a otite média aguda (infecção de ouvido), a
faringoamigdalite aguda, e a sinusite.
Foram avaliados 5.923 pacientes de uma clínica pediátrica. Aproximadamente 50% dos
prontuários (registros) médicos das crianças foram pesquisados, datados desde março a
julho do ano de 1996. Todas as crianças (definidas neste estudo como todos os pacientes
com idade entre 0 a 18 anos) foram identificadas através de seu prontuário, como
havendo sofrido reação adversa com erupção cutânea (rash cutâneo) após o
tratamento com um ou mais tipos de antibióticos. Estas crianças foram incluídas neste
estudo.
No estudo, os antibióticos foram divididos em quatro grupos: penicilinas, sulfonamidas,
cefaclor e demais cefalosporinas. Apenas os rashes cutâneos provocados pela
ingestão oral destes medicamentos divididos nestas 4 categorias foram incluídos na
pesquisa.
Resultados
A idade dos pacientes estudados variava entre cinco meses e dezoito anos. Não foi
encontrada nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os meninos e as meninas
que relataram rash cutâneo após utilizarem antibióticos. Entretanto, foram
verificados mais casos de reação colateral da pele em meninos menores de três anos e em
meninas com idade superior a nove anos.
Um total de 5.923 pacientes foi analisado. Destes, 1927 (32%) pacientes não tiveram nenhum
registro de prescrição de antibióticos enquanto eram pacientes da clínica Vienna
Pediatric Associates Ltd (VPA). Uma reação colateral devido ao uso de um ou mais
antibióticos foi registrada em 8,6% dos pacientes deste estudo.
Os pesquisadores encontraram um maior número de casos de reações cutâneas com a
utilização do cefaclor (um antibiótico da classe das cefalosporinas), cerca de 4,79%.
Com o uso de penicilinas, foram encontrados 2,72%, sulfonamidas, 3,46% e as demais
cefalosporinas, 1,04%.
Das crianças estudadas, não foi registrado nenhum caso de óbito devido a reações ao
uso de antibióticos, e nenhuma criança foi internada em hospitais devido à ocorrência
de rash cutâneo pelo uso do referido medicamento.
Comentários
Neste estudo foram verificadas diversas limitações. Dentre elas, o não
estabelecimento do fato que os antibióticos causam erupções cutâneas e o provável
fato de que alguns dos casos de reação da pele, rashes foram induzidos pela condição
clínica subjacente das crianças.
Conclusão
Os pesquisadores concluíram que as reações aos antibióticos, os rashes cutâneos
ocorreram em 7,3% das crianças. Um número significativamente maior de ocorrência de
rashes cutâneos foi verificado com o uso do antibiótico cefaclor.
Fonte: Arch Dermatology 2000;136:849-854.
Copyright © 2000 eHealth Latin America
05 de Setembro de 2000
Veja também