Artigos de saúde
© Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- Introdução
- Aleitamento Materno Exclusivo
- As mães também se beneficiam
- Vantagens para a família
- Depoimento
"Amamentar traz inúmeras vantagens, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Diversas pesquisas científicas, ao redor do planeta, vem comprovando que o aleitamento materno está relacionado à prevenção de uma série de doenças, como o câncer de mama para a mãe e à obesidade para o bebê."
Ninguém duvida, hoje em dia, que a amamentação traz incontáveis benefícios, tanto para a mãe quanto para o filho - e vai-se ainda mais longe: amamentar também beneficia toda a família e até mesmo o planeta. Como esta primeira semana de agosto é dedicada ao aleitamento materno, cabe nos aprofundarmos no tema aleitamento. Vejamos, portanto, as principais vantagens de amamentar, segundo a Dra. Felicity Savage King.
Na opinião da Dra. Felicity Savage King, é indiscutível que a amamentação é essencial para o bom
desenvolvimento físico e psíquico do bebê. Com um ano de idade já é possível
observar significantes vantagens psicomotoras e sociais nos bebês que são amamentados no
peito.
Do ponto de vista nutricional, o leite materno contém todos os ingredientes de que a
criança precisa nos primeiros seis meses de vida, sendo dispensável qualquer outro
alimento. Um bebê de até seis meses não precisa sequer beber água, pois o leite
materno já contém água suficiente para mantê-lo hidratado. Contém ainda proteína,
vitaminas, ferro, sais, cálcio, fósforo e gordura nas medidas certas, assim como possui
uma enzima especial, chamada lípase, que ajuda o bebê a digerir as gorduras.
O leite materno também contém endorfina, uma substância química que ajuda a suprimir a
dor. Principalmente, o leite materno possui os anticorpos necessários para que a criança
se defenda das muitas doenças que podem atacá-la em seus primeiros meses de vida. Os
bebês que amamamentam no seio também estão menos sujeitos às infecções, porque o
leite materno é estéril, isento de bactérias e contém fatores anti-infecciosos, tais
como leucócitos, imunoglobinas, lactoferrina, fator bífido, entre outros. Estes
ingredientes, na medida para o ser humano, só podem ser encontrados no leite materno - o
leite de vaca, como dizem os especialistas, é bom para o bezerro.
Frente às mamadeiras, o aleitamento materno é ainda mais evidentemente vantajoso. De
acordo com uma série de pesquisas, crianças amamentadas no seio correm menos risco de se
tornar obesas, de contrair cáries, de desenvolver alergias, e de ter problemas de fala (o
ato de sugar ajuda no desenvolvimento das mandíbulas).
Além de todas estas vantagens, crianças amamentadas desenvolvem um vínculo mais forte
com suas mães, sentem-se menos rejeitadas, são mais seguras. E no que diz respeito a equilíbrio emocional, um estudo realizado em 2011 na Universidade de Minnesota revelou ainda que esse relacionamento estabelecido entre mãe e filho nos primeiros meses de vida da criança pode influenciar o comportamento dele em relacionamentos amorosos em sua vida adulta.
Um outro estudo publicado na revista Breastfeeding Medicine encontrou uma ligação entre as taxas de aleitamento materno e a probabilidade de desenvolvimento de hiperatividade com déficit de atenção (TDAH). Segundo ele, as crianças que receberam leite não materno aos três meses de idade apresentaram três vezes mais risco de desenvolver TDAH do que aquelas que receberam leite materno.
Os bebês prematuros, em especial, se beneficiam da amamentação, pois o leite materno
produzido pelas mães que tiveram bebês prematuros é diferente do leite de mulheres que
cumpriram toda a sua gestação. Durante todo o primeiro mês, ele é muito mais forte,
similar ao colostro (o leite das primeiras mamadas, mais escuro e forte).
As mães também se beneficiam
Não só os bebês são cobertos de benefícios com o aleitamento materno. As mães
também podem ver uma série de vantagens em amamentar: perda de peso mais rápido, menos
chance de hemorragia no pós-parto, menor risco de contrair câncer de mama, menor
probabilidade de ficar anêmica, menos probabilidade de contrair osteoporose na velhice,
entre outras.
Pesquisas demonstraram que amamentação também favorece a saúde da mãe, podendo reduzir o risco materno para doença cardíaca e diabetes, por exemplo. Avaliando mais de 2 mil mulheres com idades entre 40 e 78 anos, os pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, descobriram que, entre as mulheres que não amamentaram seus filhos, 26,7% tiveram diabetes mais tarde, comparadas com apenas 18% daquelas que alimentaram seus filhos exclusivamente com o leite materno por pelo menos um mês, e 17,5% daquelas que não tiveram filhos.
Um outro estudo realizado na mesma universidade a partir da análise de dados de 140 mil mulheres na pós-menopausa – todas haviam tido filhos – indicou que aquelas que amamentaram por um ou mais meses eram menos propensas a ter diabetes, pressão alta e colesterol alto. E, o aleitamento materno por mais de seis meses no total foi associado à proteção contra infartos e derrames.
Para completar, enquanto estão amamentando, as mulheres correm menos risco de engravidar.
No entanto, é bom que fique claro que amamentar não é um método contraceptivo seguro e
segue sendo importante contar com um médico que indique uma forma de contracepção
suplementar.
Vantagens para a família
Amamentar também é vantajoso para a família inteira. Afinal, um bebê que mama no peito
é mais econômico, adoece menos, chora menos e torna a vida de toda a família mais
tranqüila.
Além disso, amamentar é considerado um ato ecológico: evita o uso de uma série de
produtos embalados com alumínio, plástico e outros materiais que não são
biodegradáveis, como latas de leite em pó, mamadeiras, bicos, entre outros.
Depoimento
Estes dados, aparentemente científicos, foram comprovados na prática pela cabeleireira
Maria Nilda Alves de Souza, 36 anos, que amamentou no peito o filho de sete anos por dois
anos e meio. Ela afirma: "amamentar é uma experiência maravilhosa, pelo contato que
estabelece entre a mãe e o filho. Toda mulher deveria passar por isso", recomenda.
Mesmo do ponto de vista estético Maria Nilda não hesita em recomendar a amamentação:
"Eu emagreci tão rápido! Em 40 dias estava usando as minhas roupas novamente,
vestindo jeans e tudo!", conta. Ela garante que quem pensa que os seios caem depois
da amamentação está enganado: "não caem não! E mesmo que caíssem, as vantagens
são tão grandes que compensaria!", afirma.
A cabeleireira conta que o seu médico a informou, durante o pré-natal, que quem amamenta
tem menos chances de contrair câncer de mama, osteoporose e outras doenças.
"Amamentar só tem vantagens", diz. Ela ensina que, durante a gravidez, a mãe
deve passar uma bucha no bico do seio quando tomar banho, para ir perdendo a sensibilidade
e evitar as rachaduras.
Maria Nilda, mulher de um professor, ficou um ano e nove meses em casa, com o filho, e diz
que nem por isso deixou de contribuir para o apertado orçamento familiar: costurou para
fora durante este período, e atesta: "Valeu a pena". Seu filho, aos sete anos,
é o mais alto da turma e já calça 35/36, além de ter uma excelente arcada dentária,
nenhuma cárie e uma saúde de ferro. Ela aconselha: "um cuidado que a mãe precisa
ter é de dar os dois peitos na mesma proporção para a criança, porque ela tende a
preferir o seio esquerdo, onde ouve melhor o som do coração. Com isso, a mãe pode sair
da amamentação com um seio maior do que o outro", alerta.
Copyright © Bibliomed, Inc. Publicado em 2000, revisado em 1º de agosto de 2013.
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