Artigos de saúde
Neste Artigo:
- Mitos e Incidência
- Obesidade
- Tabagismo
- Colesterol
- Diabetes
- Estresse
- Hipertensão Arterial
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Tema
"As doenças cardíacas são responsáveis, no mundo, por um terço do total de
mortes e se tornam um problema de saúde pública de primeira grandeza. Podem ser
prevenidas evitando-se ou mantendo-se sob controle os seus principais fatores de risco: a
obesidade, o tabagismo, o colesterol alto, o diabetes, o estresse e a hipertensão
arterial. Cuidando da dieta (pobre em gorduras e em sal), fazendo exercícios físicos e
evitando o estresse, já se está em um bom caminho para evitar os problemas do
coração".
Mitos e Incidência
De acordo com Raul D. Santos, Vice Presidente do Departamento de Aterosclerose da
Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças do aparelho circulatório são a
principal causa de mortalidade para todas as idades em nosso país, destacando-se os
acidentes vasculares cerebrais e a doença coronária.
No mundo, segundo I. Martin, médico responsável pela área das doenças cardiovasculares
na Organização Mundial de Saúde (OMS), são 15 milhões de mortes por ano,
correspondendo a 30% do total mundial de óbitos. "Isoladamente, os acidentes
vasculares cerebrais causaram em 1997 cerca de 25% dos óbitos de causas vasculares.
Entretanto, se somarmos infarto do miocárdio com doença isquêmica do coração,
manifestações da mesma doença, veremos que a aterosclerose coronária foi responsável
por 33% das mortes".
De acordo com o Dr. Raul, o principal fator de risco para os acidentes vasculares
cerebrais é a hipertensão arterial. "Já em relação à doença coronária, uma
série de fatores são considerados predisponentes. Dentre eles podemos citar o
colesterol, a hipertensão arterial, o tabagismo, o diabetes mellitus, níveis baixos de
HDL-colesterol, a menopausa, homens acima dos 45 anos, história familiar precoce para
aterosclerose (abaixo dos 55 anos e 65 anos para respectivamente parentes diretos do sexo
masculino e feminino) e a obesidade".
Segundo Martin, dois terços das mortes decorrentes de doenças cardiovasculares ocorrem
em países em desenvolvimento. Esses países, entre eles o Brasil, apresentam um número
de mortes por doenças cardiovasculares duas vezes maior do que os países desenvolvidos.
No Brasil, estas doenças situam-se mesmo como a mais importante causa de morte: 27% dos
óbitos ocorridos em 1994 decorreram de problemas de coração.
A intenção de Martin em expor estes dados no artigo Acabar com los mitos sobre las
cardiopatias. (Salud Mundial, 1998, citado por Ruy Laurenti e Cássia Maria Buchalla, em
conferência publicada nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, volume 76, nº 2, pgs.
99-104, em 2001) é provar que não passa de mito a afirmação de que as doenças
cardiovasculares são prerrogativas de áreas consideradas mais desenvolvidas ou ricas. Na
realidade, falta de informação e de acesso ao sistema de saúde não apenas corroboram
para os problemas cardíacos como mascaram as estatísticas, dando esta falsa impressão
de que os países mais ricos, que contabilizam melhor a causa das suas mortes, são mais
propensos aos problemas de coração.
De acordo com L. Husten (Global epidemic of cardio-vascular diseases predicted. Lancet
1998; 352:1530-42), também citado por Ruy e Cássia em seu artigo, nas próximas décadas
os países menos desenvolvidos sofrerão uma verdadeira epidemia de doenças
cardiovasculares, resultado de um aumento dos fatores de risco decorrentes de melhores
condições econômicas e do aumento da expectativa de vida. Embora isso pareça uma
contradição, em um primeiro momento, condições econômicas melhores levam a saborosas
dietas ricas em gorduras e ao confortável sedentarismo.
No momento seguinte, o acesso à informação reformula o modo de vida, leva ao consumo de
alimentos mais saudáveis e à prática de esportes. Confirmando esta conclusão, dados
apresentados no Rio de Janeiro, em 1998, no 13º World Congress of Cardiology, por A.
Achutti, (Cardiovascular diseases epidemiology in Brazil), demonstram que quanto menor a
escolaridade, maior a exposição a fatores de risco.
Costa e Silva, em tese de doutorado na FIOCRUZ (Escola Nacional de Saúde Pública),
defendida em 1999, comenta exatamente esta tendência "perversa" do maior risco
de adoecimento e mortalidade por doenças potencialmente preveníveis na população de
baixa escolaridade e, possivelmente, de baixa renda e, portanto, "com menor acesso
aos benefícios da prevenção e tratamento dessas doenças".
Martin também derruba o mito de que as doenças cardiovasculares são, fundamentalmente,
doenças do homem, embora a doença isquêmica do coração seja menos comum na mulher
antes da menopausa. Na realidade, em muitas partes do mundo, as cardiopatias são a causa
mais freqüente de morte de mulheres, inclusive antes dos 65 anos de idade.
Outro mito questionado por Martin é de que as doenças cardíacas são problemas apenas
dos idosos. É claro, explica o pesquisador, que a sua incidência aumenta com o progredir
da idade, mas uma série de países industrializados contabiliza um terço dos 'ataques
cardíacos' em pessoas com menos de 65 anos de idade. Em países menos desenvolvidos, esta
situação é ainda mais marcante, provavelmente devido à má qualidade da assistência
médica, comentam Reddy KS e Yusuf S., no artigo "Emerging epidemic of cardiovascular
disease in developing countries" que circulou em 1998. Laurenti e Buchalla
acrescentam que este dado pode ser resultado da dificuldade de acesso de uma parcela
considerável da população de países em desenvolvimento a qualquer tipo de
assistência, seja ela boa ou má.
Conforme dados de 1994, do CENEPI/Fundação Nacional de Saúde, sobre a mortalidade no
Brasil, 11,6% das mortes por doença cardiovascular ocorrem dos 30 aos 49 anos e 35,7% dos
50 aos 69 anos. Em todas as regiões brasileiras, as mortes por doença isquêmica do
coração na faixa de 30 e 49 anos representam valores superiores a 11% do total de
óbitos, exceto na região Sul (9,9%), considerada mais desenvolvida.
As informações coletadas por estes pesquisadores e analisadas por Laurenti e Buchalla
levam a crer que é possível reduzir as doenças cardiovasculares e que os esforços de
prevenção desenvolvidos atualmente apresentam maior probabilidade de adiar o
aparecimento da doença isquêmica do coração e doenças cerebrovasculares.
De acordo com D. Chor, em Tese de Doutorado defendida na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, em 1996, citado por Laurenti e Buchalla, "A redução das
taxas de incidência teria melhores chances de ser alcançada se uma nova geração se
desenvolvesse com hábitos e ambiente mais saudáveis, desde o início da vida até a
idade adulta.
Mesmo assim, os controles das causas de aterosclerose e de elevação da pressão
arteriais trazem benefícios em termos de longevidade e melhoria da qualidade de vida,
sendo, portanto justificável, particularmente no caso de países como o Brasil, onde como
vimos, a mortalidade por enfermidades cardiovasculares atinge um grade contingente de
adultos jovens".
Obesidade
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a obesidade é um dos fatores de
risco mais grave para as doenças cardiovasculares. Em geral, é causada pelo excesso
alimentar combinado com um modo de vida sedentário. Entretanto, diz a SBC em sua página
na Internet, outros fatores também podem desencadear ou interferir na obesidade, como os
metabólicos, genéticos, neurológicos, psicológicos e sócio-econômicos.
De acordo com os dados da SBC, a população obesa, se comparada à população de peso
normal, é mais sujeita a doenças como hipertensão arterial, diabetes, doenças
respiratórias, cálculos biliares, doenças articulares e da coluna e alterações de
lipídios (gorduras) no sangue.
O peso ideal é geralmente calculado pelos médicos através do IMC, ou seja, Índice de
Massa Corpórea. O IMC é obtido através do seguinte cálculo: IMC = Peso/altura ao
quadrado. Por exemplo, uma pessoa com 95Kg e 1,75m de altura apresenta IMC de 31Kg/m2,
pois IMC = 95Kg / 1,75m x 1,75m = 95Kg/3,0625m2 = 31 Kg/m2 . Uma pessoa com IMC de 30 a 40
é considerada obesa. Acima de 40, trata-se de obesidade mórbida, um caso bem mais grave.
O normal é que o IMC seja menor que 25. De 25 a 30, já se considera acima do peso
normal. Abaixo de 20 também já não é normal e outros fatores de saúde ficam
comprometidos.
Quando alguém ultrapassa em 30% a relação ideal entre peso e altura estabelecida pelo
IMC, a sua pressão é mais alta, ele sofre de alterações no colesterol e tem mais
tendência a ser atacado pelo Diabetes, outro fator de risco importante. Em geral, este
tipo de pessoa também leva uma vida sedentária, o que contribui ainda mais para o risco
de problemas cardíacos, pois o seu coração precisa trabalhar com mais esforço. Alia-se
a isso prejuízos na força muscular, fadiga e depressão.
Para tratar a obesidade, é necessário que a ingestão de calorias seja menor do que o
seu gasto. Assumir uma dieta hipocalórica e aumentar os exercícios físicos é
geralmente difícil e exige determinação do paciente e do médico.
Tabagismo
Além de oferecer risco de câncer, o hábito de fumar também está associado e
é um importante fator de risco, segundo a SBC, das doenças do coração, aterosclerose e
hipertensão arterial. O uso de cigarros está ainda fortemente associado ao aparecimento
de infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (derrame cerebral), doenças
arteriais periféricas e inúmeros outros problemas de saúde.
Mulheres que fumam durante a gravidez prejudicam seus filhos, que nascem com baixo peso e
correm um risco maior de morte prematura. "O fumo não faz bem a ninguém e todos os
fumantes devem fazer todo o esforço possível para parar de fumar e proteger aqueles que
não fumam", diz, categórica, a SBD em seu site, que informa que existem cerca de
4.700 substâncias tóxicas no cigarro. A SBD lembra ainda que a cada 8 segundos uma
pessoa morre de doença tabaco-relacionada e, quase tão rapidamente outra vítima é
recrutada.
De acordo com a OMS, o consumo de tabaco atingiu a proporção de uma epidemia global,
atingindo seu pico entre homens na maioria dos países desenvolvidos e agora se difundindo
entre homens e mulheres de todos os países. Segundo a OMS, existem aproximadamente 1,1
bilhão de fumantes em todo o mundo, representando cerca de um terço da população
global acima de 15 anos. Atualmente, o tabaco é responsável pela morte de 3 milhões de
pessoas anualmente em todo o mundo, ou seja, 6% de todas as mortes.
Em 31 de maio comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco, e, neste ano, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) o dedicou ao tema "Mídia Sem Tabaco". O objetivo principal é
criar mecanismos de ações políticas que visem o banimento da propaganda e promoção do
tabaco.
A SBD reconhece que o tabaco gera gravíssimos problemas de saúde pública e vem
alertando a população para os objetivos perniciosos da indústria tabaqueira, entre eles
fazer passar a idéia de que o uso do tabaco é uma decisão e um comportamento
individual. "O problema é que, com essa atitude, as atividades da indústria do fumo
pretendem ficar completamente isentas de culpa.
Eles supõem que as pessoas tomam decisões em um estado de vácuo, completamente sem
influências do meio ambiente em que vivem, incluindo a indústria da propaganda e do
marketing. As propagandas do tabaco e seu uso na indústria dos entretenimentos e esportes
projetam imagens de fumantes amáveis e charmosos, e, pior ainda, com aparência
saudável. A ilusão ajuda a indústria do tabaco a vender um produto que mata",
acusa a Associação em seu site na Internet.
Indo mais longe, a SBD lembra que, até o ano 2000, o tabaco já provocou a morte de 4
milhões de pessoas e que "a indústria do tabaco e seu marketing enganoso necessita
de 11 mil novos fumantes por dia para substituir os que são mortos. Os seus alvos
principais são as crianças e os adolescentes, para quem eles vendem a dependência
química e a morte como se fossem um ato de liberdade, rebeldia, livre escolha,
sofisticação e sucesso".
A SBC recomenda alguns passos iniciais para aqueles que fumam e desejam ter uma vida mais
saudável e com menos riscos: pensar no assunto; tomar a decisão de parar de fumar;
reduzir o número de cigarros gradualmente ou parar de uma vez; não ficar com o maço de
cigarros; adquirir confiança de que é capaz de parar e ir sentindo, aos poucos, os
benefícios para saúde e para o bolso.
Além disso, a SBD recomenda que as pessoas que fumam protejam o ambiente das que não
fumam, o que também é previsto em lei. Organizar "fumódromos" nos locais de
trabalho e nunca fumar diante de uma criança, nem mesmo quando estiver em casa, são
atitudes que devem ser estimuladas e que contribuem para a saúde de toda a população.
Nas fases mais difíceis do processo de abandono do vício, devido à abstenção de
nicotina na circulação sangüínea, recomenda-se que: se respire profundamente,
inspirando e expirando lentamente; beba-se muita água durante o dia, especialmente
durante a fase de 'fissura'; faça-se algo que mantenha a mente afastada da ansiedade
causada pela falta de niticotina; afaste-se o máximo possível da carteira de cigarros.
Alguns métodos vêm sendo aplicados com sucesso pelos médicos: reposição de nicotina
com discos adesivos via transdérmica, auto-ajuda, acupuntura, terapia (muito do vício é
psicológico), etc. A prevenção da recaída também deve acontecer, pois 85% dos
ex-fumantes voltam a fumar em seis meses.
Colesterol
Na verdade, o colesterol não é uma gordura do ponto de vista químico, mas um álcool
monoídrico não saturado, fundamental para o homem porque faz parte da constituição da
membrana que reveste as células dos tecidos e constitui matéria prima para a
fabricação de ácidos biliares, hormônios e vitamina D. Ninguém pode, portanto, viver
sem Colesterol.
Quando no sangue, o colesterol pode estar livre ou fazendo parte das chamadas
lipoproteínas, que podem ser do tipo LDL (Low Density Proteins ou lipoproteínas de baixa
densidade) ou do tipo HDL (High Density Lipoproteins, ou lipoproteínas de alta
densidade). O colesterol que faz parte das LDL é o que participa da formação das placas
de aterosclerose que obstruem as artérias e deve ser combatido. Já o colesterol HDL é
bom e possui efeito protetor, pois retiram o colesterol dos tecidos e o leva para o
fígado, onde é eliminado ou reaproveitado. Sendo assim, quanto maior o teor destas
lipoproteínas HDL ou de alta densidade, mais se evita a obstrução pela aterosclerose.
Os níveis de LDL-colesterol podem se elevar por dois motivos, principalmente: o genético
e a dieta. Embora o fator genético seja o mais importante, as dietas inadequadas também
elevam o LDL-colesterol. Pessoas com histórico familiar de problemas com colesterol devem
acompanhar de perto os seus níveis sanguíneos.
De uma forma geral, recomenda-se que se tenha muita atenção com alimentos de origem
animal, pois são eles que contém colesterol. Os alimentos originários do reino vegetal
não possuem colesterol. Recomenda-se, portanto, que as pessoas que tenham problemas com
colesterol evitem leite integral e seus derivados (queijos, principalmente amarelos,
manteiga, creme de leite), biscoitos amanteigados, croissants, folhados, sorvetes
cremosos, embutidos em geral (lingüiça, salsicha e frios), carnes vermelhas gordurosas,
carne de porco (bacon, torresmos), vísceras (fígado, miolo, miúdos), pele de animais
terrestres, animais marinhos (camarão, lagosta, sardinha, frutos do mar) e gema de ovo
(utilizada no preparo de diversos alimentos, que também devem ser evitados, tais como
bolas, tortas, panquecas, macarrão, entre outros).
Como se pode supor, é comum que os níveis do mau colesterol se relacionem com outro
fator de risco, também resultante de dietas não-balanceadas, para as doenças
cardiovasculares: a obesidade. No entanto, isso não significa que pessoas magras não
possam ter colesterol alto. Os níveis alterados de triglicérides e HDL-colesterol
também são comuns entre os diabéticos.
Recomenda-se que as pessoas acima de 20 anos devam determinar seus níveis de colesterol a
cada cinco anos. Todas as pessoas com aterosclerose devem acompanhar o seu colesterol,
assim como crianças e adolescentes de 2 a 19 anos de idade com antecedentes de doença
aterosclerótica precoce na família (abaixo dos 55 anos e 65 anos para respectivamente
parentes diretos do sexo masculino e feminino), história de colesterol alto na família e
com obesidade, hipertensão e diabetes. Segundo a SBD, isso é importante, pois a
aterosclerose que levará ao infarto e à angina se inicia na infância.
Reduzir os níveis de LDL-colesterol reduz o risco de mortalidade, infarto do miocárdio,
acidente vascular cerebral, necessidade de cirurgias de ponte de safena e angioplastia em
cerca de 25 a 30%. Quanto mais alto o LDL-colesterol mais benefício se terá devido a sua
redução. Além da dieta, médicos também podem recomendar medicamentos potentes que
reduzem o colesterol.
Diabetes
O Diabetes, produção deficiente de insulina, a substância responsável pela
conversão de açúcar em energia no organismo, também é um grande fator de risco para o
coração. O excesso de açúcar no sangue favorece o acúmulo de gorduras que se
depositam com mais facilidade nas paredes das artérias, os vasos ficam entupidos e o
risco de ataque cardíaco aumenta.
Os diabéticos precisam cortar o açúcar da alimentação, evitar os carboidratos e as
bebidas alcoólicas e manter o controle médico para evitar que o seu problema atinja
também o coração.
Estresse
Outro reconhecido fator de risco que propiciam as doenças cardiovasculares é o estresse,
também reconhecido como tensão emocional. Na verdade, o estresse é definido como a
capacidade natural do indivíduo para reagir às situações de perigo, preparando-se para
enfrentar ou fugir, sendo assim fundamental para a sobrevivência humana no seu ambiente
primitivo, de constantes ameaças. Sob tensão, o organismo libera hormônios, como a
adrenalina, que alertam o sistema nervoso sobre o perigo, mas também perturbam a
estabilidade do organismo. A adrenalina provoca o aumento dos batimentos cardíacos e da
pressão arterial, podendo resultar em um ataque cardíaco.
Este fator de risco ataca indiscriminadamente qualquer pessoa, mas prevalece com mais
intensidade no cidadão de grandes centros urbanos. Preocupações com a família,
pressões diárias, excesso de trabalho, risco de desemprego, trânsito, falta de
dinheiro, falta de segurança, desilusões amorosas são alguns dos desencadeadores desta
reação primitiva e tão danosa.
Associado a outros fatores, ele pode contribuir para o aparecimento de doenças como a
hipertensão arterial, doenças do coração, gastrite, úlcera e alguns tipos de câncer.
Quem tem problemas no coração ou pressão alta, deve evitar o estresse, que agrava a
situação e dificulta o tratamento. Alguns especialistas chegam a afirmar que o estresse,
associado às condições de vida, é responsável por quase metade das doenças de
coração. Eles recomendam que se procure identificar o motivo da tensão, examinar as
atividades em casa e no trabalho, planejar melhor a vida, evitar prazos curtos para
terminar tarefas e muitos compromissos no mesmo dia. Além disso, sugerem que não se
tente fazer tudo sozinho, que se peça ajuda e que se reserve tempo para fazer as
refeições com calma.
O estresse dá sinais que podem ser identificados, tais como fumar e/ou beber mais do que
o habitual, passar a comer demais ou sofrer de falta de apetite, insônia, cansaço fora
do comum, impaciência, indecisão, dificuldade de concentração, apatia ou desinteresse
anormais, entre outros sintomas. Os especialistas sugerem que se evite permanecer em
ambientes tumultuados e barulhentos, que se evite discutir assuntos polêmicos antes de
dormir ou durante as refeições, que se prefira filmes e leituras leves e divertidas, que
se ouça músicas calmas e positivas, que se aprenda a ver o lado positivo das coisas e se
aprenda a relaxar.
Hipertensão Arterial
De acordo com a SBC, a pressão sangüínea arterial é definida pela pressão exercida
pelo fluxo sangüíneo nas paredes das artérias e é variável de acordo com as
diferentes atividades exercidas ao longo do dia. Se a largura interna das artérias
diminuir, haverá maior dificuldade para o sangue passar e o coração terá que trabalhar
mais para bombear o sangue. Com o tempo, o coração vai sendo prejudicado. A isso
chamamos de hipertensão arterial, ou como é mais comumente chamada, pressão alta, um
dos fatores de risco mais sérios para as doenças cardiovasculares. "Se comparadas
às pessoas com pressão normal, as com hipertensão não controlada correm o triplo do
risco de desenvolverem ataques cardíacos e sete vezes mais chances de terem derrame
cerebral", alerta a SBC.
Este é um problema que atinge igualmente homens e mulheres e ocorre devido à herança
genética, às dietas ricas em sal, ao estresse, à obesidade, ao sedentarismo, ao excesso
de bebidas alcoólicas, entre outros fatores. Mesmo havendo tendência hereditária, ao
evitar estes outros fatores, pode-se manter a hipertensão sob controle. Para a maioria
das pessoas, a hipertensão não tem cura.
O tratamento é feito com remédios ou através da prática diária de exercícios e a uma
dieta pobre em sal, assim como outras mudanças no estilo de vida.
Todas as pessoas, mesmo as que não sintam nada, devem verificar a pressão anualmente.
Uma pressão mais alta do que 14 por 9 duas vezes em dias diferentes evidencia
hipertensão. Quem tem hipertensão pode não apresentar qualquer sintoma, o que a fez
ganhar o apelido de "assassina silenciosa". No Brasil, segundo a SBC, metade das
pessoas que apresentam hipertensão desconhecem o seu problema.
Copyright © 2004 Bibliomed,Inc. 21 de Junho de 2004
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