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Um novo relatório liberado em 28 de novembro de 2001 em Moscou, intitulado "Epidemia
de AIDS Atualização 2001", informa que o número de infecções de HIV na Europa
Oriental está se elevando mais rapidamente do que em qualquer lugar outro no mundo. Os
números informados são subestimados, mas mesmo assim revelam existir mais de 75.000
novas infecções informadas na Rússia no início de Novembro de 2001, um aumento de 15
vezes em apenas três anos. Calcula-se que cerca de 1 milhão de pessoas na Rússia e
países que compunham a ex-União Soviética, e nas antigas nações comunistas do Leste
Europeu sejam portadoras do HIV, o vírus causador da Aids, segundo o documento.
O relatório foi preparado pela UNAIDS, órgão da Organização Mundial de Saúde que se
dedica ao estudo e combate à epidemia do HIV. Segundo o relatório, a epidemia continua
em ascensão, até mesmo em países de alto-renda. Estima-se que em todo o mundo cerca de
40 milhões de pessoas estejam infectadas com o vírus.
Segundo o Dr. Peter Piot, diretor do Programa UNAIDS, o HIV/AIDS é inequivocamente a
doença mais devastadora que o gênero humano jamais enfrentou. O Dr. Piot informa ainda
que a incidência do HIV está crescendo mais rapidamente na região do leste europeu do
que em qualquer outro lugar do mundo. O relatório, publicado pelo Joint United Nations
Programme on HIV/AIDS (UNAIDS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), informa que existe
uma oportunidade especial para ação em países onde ou a taxa de HIV é baixa ou que
têm grandes populações. Em países com populações altas, alguns pontos de porcentagem
podem se traduzir em milhões de indivíduos infetados.
Entretanto, a epidemia continua sua expansão rápida ao longo de África, com 3.4
milhões de novas infecções e 2.3 milhões de mortes em 2001. Na Suazilândia, Botsuana
e algumas áreas de África do Sul, mais que 30% de mulheres grávidas são HIV-positivas.
Na África Ocidental, vários países com infecção previamente baixa - inclusive a
Nigéria, a nação mais populosa de África - taxa de infecção atual superou a 5%.
Uma tendência preocupante em países de alta-renda é o aumento no sexo inseguro que
levou a um aumento nas doenças sexualmente transmitidas, inclusive o HIV."Apesar dos
avanços no tratamento e cuidados, que hoje se encontram extensamente disponíveis nos
países ricos, a prevenção está ficando para trás," disse o Dr Peter Piot.
Na Ásia, os números continuam também aumentando e pela primeira vez, apesar de
esforços de prevenção efetivos em alguns países menores, o número de pessoas
recentemente infetadas alcançou um milhão. Em alguns países do Oriente Médio, que até
agora estavam virtualmente livre do HIV, a infecção está começando a se disseminar
rapidamente entre grupos de alto risco.
Como as expansões da epidemia, aumenta o seu impacto no desenvolvimento das sociedades e
na economia dos países. Na África sub-saariana, os países mais fortemente comprometidos
pela doença poderiam perder mais do que 20% do seu produto interno bruto em 2020 por
causa da AIDS. Também ficam severamente afetados os sistemas de ensino, administração
civil, serviços de saúde, e fazendas de muitos países. Atualmente, a expectativa de
vida na região está caindo - não fosse pela AIDS, a expectativa de vida seria de pelo
menos 62 anos; ao invés é de 47 anos.
Sobre o Brasil, o relatório relata que uma queda substancial na transmissão da AIDS
entre os usuários de drogas no meio urbano foi recentemente observada, como resultado de
campanhas de orientação sobre a doença. Existe ainda uma ampla distribuição de
medicamentos aos infectados pelo HIV, da qual mais de 100.000 pessoas portadoras do vírus
tem se beneficiado. Estima-se que hoje existam mais de 600.000 pessoas vivendo com o
vírus no Brasil (contra 540.000 em 1999).
Após vinte anos com a doença no mundo, milhões de pessoas jovens ainda sabem pouco ou
nada sobre a epidemia. Em alguns países, muitos nunca ouviram falar até mesmo da AIDS e
sobre como o HIV é transmitido.
Para se obter algum resultado de qualquer campanha, será necessário passar aos jovens a
informação e cuidados que são necessários para prevenir a infecção.
Fonte: UNAIDS - Organização Mundial de Saúde - 28 de novembro de 2001
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03
de Dezembro de 2001.
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