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Neste Artigo:
- O Estudo
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"Campanhas de saúde criadas para educar as mulheres sobre os riscos de ingerir
bebida alcoólica durante a gravidez deveriam focar as necessidades especiais daquelas que
correm mais risco. Mulheres que bebem muito freqüentemente continuam a beber durante a
gravidez e precisam de aconselhamento para reduzir a bebida"
O Estudo
Estas são algumas das conclusões a que chegou um estudo publicado na edição de agosto
de 2000 da revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research (Alcoolismo : Pesquisas
Clínicas e Experimentais), preparado pelo Grupo de Pesquisa em Álcool, em Berkeley
(Califórnia), e financiado pelo National Institute for Alcohol Abuse and Alcoholism
(Instituto Nacional para o Abuso do Álcool e o Alcoolismo) dos Estados Unidos.
Segundo o estudo, mulheres afro-americanas e indígenas são consideradas em alto risco
por beberem mais durante a gravidez, o que é responsável pelos altos índices de
crianças nascidas com síndrome do alcoolismo fetal nesses grupos. Os autores afirmam que
deveria ser explicado a essas mulheres que reduzir a bebida pode ajudar, caso a
abstinência total não puder ser alcançada.
Mulheres que bebiam quando ficaram grávidas tem uma menor possibilidade de virem a parar
de beber e algumas podem até mesmo não conseguir compreender a necessidade de parar de
ingerir álcool, disse a autora do estudo, Dra. Lee Ann Kaskutas.
"É difícil porque queremos lançar a mensagem de não beber", disse ela.
"Como a abstinência deve ser o objetivo, qualquer redução pode ter efeitos
positivos."
Não se sabe qual a quantidade mínima de álcool segura durante a gravidez. Mulheres que
ingerem bebida alcoólica deveriam ser informadas de que beber menos ajudaria o bebê.
Programas sociais que as ajudem a abandonar este vício são necessários.
Comentários
Uma descoberta surpreendente foi a de que, ao observar 321 mulheres (102 índias, 185
afro-americanas e 34 brancas na região da Califórnia),muitas mulheres consomem drinques
com tamanho maior que o normal. Algumas relataram que bebem pelo menos uma vez por dia uma
garrafa de 1.113 gramas de bebida alcoólica produzida com malte.
"Podemos basear nossos níveis de risco na quantidade errada de bebida e podemos nos
enganar sobre os riscos das mulheres em nosso programa se não levarmos em conta o tamanho
que o drinque pode ter", disse Kaskutas.
Outra descoberta alarmante foi que os grupos enfocados de mulheres negras e índias
relataram acreditar que "se não queima, quando está bebendo, está tudo bem",
disse Kaskutas - existem muitos drinques alcoólicos adocicados e com embalagens
decorativas que essas mulheres parecem não considerar álcool, disse ela.
Apenas um quarto da amostra poderia identificar, pelo menos, um fator de risco associado
à síndrome fetal de alcoolismo e apenas um quinto sabia que a causa da síndrome era
relacionada ao álcool, conforme o relato do estudo publicado.
"Fiquei surpresa que tão poucas mulheres puderam identificar um defeito congênito
ou soubessem que cortar o álcool (consumo de álcool) pode ajudar", disse Kaskutas.
"Deveríamos ter campanhas de saúde dirigidas a estas pessoas."
O relato também chama a atenção para a necessidade de educar as mulheres sobre a
equivalência do álcool - uma garrafa de 1.113 g de bebida maltada contém mais álcool
do que 28 g de uísque ou uma garrafa de 340 g de cerveja.
Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.
14
de Janeiro de 2002.
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