Artigos de saúde
Equipe Editorial Bibliomed
Neste artigo:
- Introdução
- Principais malefícios do cigarro
- Fumante passivo
- Avanços na legislação
- Combate ao Tabagismo
Introdução
Após anos de consumo, o tabaco vem perdendo suas
características "positivas", e mostrando seu verdadeiro perfil. Hoje não há mais
muita dúvida sobre os malefícios do uso de seus derivados para a saúde do
fumante e de todos que vivem ao seu redor.
O tabagismo, segundo vários estudos, é responsável por 200
mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora), e quase 50 doenças
diferentes.
Principais malefícios do cigarro
As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais
causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira
causa de morte por câncer. Apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não está
relacionado ao cigarro, pois 90% ocorre em fumantes, e 3,3% em fumantes passivos
(pessoas que apenas convivem com a fumaça do cigarro).
Na maioria das vezes, o cigarro leva à morte por doença
coronariana (obstrução das artérias do coração), bronquite e enfisema, câncer no
pulmão, outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas,
rim, bexiga e colo de útero), e doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral
e obstrução na circulação das pernas). Mesmo não levando à morte, este hábito
pode causar impotência sexual no homem, complicações maternas e fetais na
gravidez, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, e trombose
vascular; podendo culminar com amputação de extremidades e membros inferiores.
Fumante passivo
O cigarro não afeta apenas as pessoas que optam por este
hábito sabidamente prejudicial. Os não-fumantes expostos à sua fumaça absorvem
nicotina, monóxido de carbono e outras substâncias contidas no cigarro, charuto
ou cachimbo, da mesma forma que os fumantes. A quantidade de tóxicos absorvidos
passivamente depende da extensão e da intensidade da exposição, além da
qualidade da ventilação do ambiente.
Os fumantes passivos sofrem os efeitos imediatos da poluição
tabágica ambiental, tais como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse,
dor de cabeça, exacerbação de problemas alérgicos e cardíacos - principalmente
elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e
longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória, aumento do risco
de aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.
O padrão de qualidade para o monóxido de carbono no ar
inspirado é de 9ppm (partes por milhão). Nos ambientes de trabalho fechados, a
Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera 50ppm como a concentração
máxima a ser atingida, uma vez que representa o limite suportável pelo homem,
por algum tempo. No entanto, colocando-se 25 fumantes consumindo quatro cigarros
por hora em uma sala de 1.000 m³, rapidamente se atingirá 100ppm de monóxido de
carbono, sem que ninguém tome consciência disto, nem tome providencias para a
melhoria das condições ambientais.
A permanência em um ambiente poluído permite absorção de
quantidades de substâncias nocivas em concentrações semelhantes às de quem fuma.
Tal comprovação é feita através da medição do principal produto da decomposição
da nicotina, que pode ser encontrada no sangue e na urina de não-fumantes que
moram ou trabalham com fumantes.
Recentemente houve um aumento da conscientização dos
indivíduos sobre o ar que eles respiram em casa, ambientes de trabalho e locais
públicos. A constatação dos malefícios causados pelas substâncias tóxicas do
cigarro levou a população não-fumante a exigir seus direitos. Autoridades
governamentais têm, então, tentado regulamentar o uso do cigarro para minimizar
seus efeitos sobre os não-fumantes.
Avanços na legislação
No Brasil progressivamente surgem leis em nível estadual e
municipal preservando os direitos dos não-fumantes. A propaganda e publicidade
dos derivados do tabaco em revistas, jornais, televisão, rádio e outdoors está proibida, assim como o patrocínio de eventos esportivos nacionais e
culturais pela indústria tabaqueira; o uso desses produtos nos veículos de
transporte coletivo; a venda por via postal; a distribuição de amostra ou
brinde; a propaganda por meio eletrônico, inclusive Internet; e a
comercialização em estabelecimentos de ensino e de saúde. Também foi determinada
a veiculação de advertências sobre os malefícios do tabagismo nas embalagens e
qualquer tipo de propaganda sobre o produto; além da proibição do fumo em
ambientes públicos fechados, exceto em áreas reservadas aos fumantes.
De acordo com o Banco Mundial, a indústria do cigarro gera
uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano. Nesta soma estão computados
vários fatores, como sobrecarga do sistema de saúde com tratamento das doenças
causadas pelo fumo, mortes precoces de cidadãos em idade produtiva, aumento no
índice de aposentadoria precoce, aumento no índice de faltas ao trabalho, menor
rendimento trabalhista, maiores gastos com seguros, limpeza, manutenção de
equipamentos e reposição de mobiliários, maiores perdas com incêndios e redução
da qualidade de vida do fumante e de sua família.
Mesmo assim, indústria tabaqueira
tem um grande poder de pressão sobre o governo, por mera questão econômica. A
razão disto é que ela gera uma receita significantemente alta, empregos e
exportações. O recolhimento de impostos que incidem sobre o cigarro é mesmo
muito representativo para o país, por isso acaba dificultando as ações de
controle, mas os prejuízos decorrentes dele superam qualquer questionamento
puramente econômico.
Além das perdas humanas, também devem ser contabilizadas as
agressões ao meio ambiente e à saúde daqueles que lidam com a plantação do
tabaco.
Combate ao Tabagismo
Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Dia Mundial sem
Tabaco, comemorado no dia 31 de maio, pelos 191 países membros da organização.
Ela pretende sensibilizar a comunidade em geral sobre os malefícios do consumo
dos produtos derivados do tabaco, divulgar e reforçar as leis que restringem o
uso do tabaco em ambientes fechados, estimular os principais empregadores a
converterem suas empresas em ambientes livres de tabaco.
No Brasil, comemora-se em 29 de agosto o Dia Nacional de Combate ao Fumo, cujo objetivo é reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos que o tabaco pode causar em vários âmbitos da sociedade. A data foi criada em 1986 através da Lei Federal 7.488, quando inaugura-se no país a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.
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