Artigos de saúde
Equipe Editorial Bibliomed
Neste artigo:
- Cuidados com a pele
- Cuidados com os olhos
- Desidratação
- Cuidados alimentares
O verão chegou e, com ele, as férias. Não importa o local onde você decidiu pegar sol
(no quintal de casa, no clube, na praia), existem vários cuidados que você deve
tomar para que sua diversão não seja interrompida por problemas de saúde. Essas
precauções valem para todas as pessoas, inclusive quem tem a pele mais escura,
porém os grupos de maior risco são as crianças e os idosos.
Cuidados com a pele
No verão, alguns tipos de doenças de pele tornam-se mais comuns. Entre elas,
destacamos as micoses (infecções por fungos ou “bolores”). Além disso, é do
conhecimento comum que a exposição excessiva ao sol, sem proteção, contribui
para o envelhecimento da pele e predispõe o indivíduo ao desenvolvimento do
câncer de pele. Além da exposição ao sol, o aumento da transpiração, o contato
com a areia e com piscinas com água contaminada e vestiários de uso comum são
fatores que favorecem o aparecimento das doenças de pele (exceto o câncer).
Entre as micoses, vamos destacar algumas:
• Ptiríase versicolor: micose não contagiosa, que se caracteriza por lesões
claras, mas que podem ser avermelhadas. Geralmente são descamativas e podem ser
únicas ou múltiplas. Sem outros sintomas associados.
• Tinha ou
“impinge”: são lesões em anel, com bordas vermelhas, que coçam bastante e podem
descamar também. Podem surgir em qualquer parte da pele, mas são bastante comuns
nas regiões de dobras. São adquiridas pelo contato com animais (cão, gato) ou
com roupas de banho e areia contaminada.
Essas micoses são facilmente tratadas, e podem ser prevenidas. Evitar ficar
períodos prolongados com roupas úmidas; cuidados adequados de higiene; não
compartilhar roupas e toalhas; usar roupas íntimas de algodão (evitar os
sintéticos), pois absorvem melhor o suor, são cuidados essenciais nesta época.
Outra doença bastante comum no verão é o herpes labial. Mais de 90% das pessoas
já entraram em contato com o vírus que causa essa doença, mas nem todo mundo a
desenvolve. As pessoas predispostas apresentam uma condição que se caracteriza
por um período inicial de dor e ardência no local, com posterior aparecimento de
vesículas que se rompem e formam crostas. São bastante dolorosas. A doença não
tem cura e evolui com períodos de piora, intercalados com longos períodos sem
nenhum sintoma nem sinal. Entre os fatores que desencadeiam uma crise estão:
exposição excessiva ao sol e estresse. O tratamento durante a crise pode ser
feito com pomadas ou comprimidos.
Finalmente, o câncer de pele. Antes de tudo, devemos lembrar que em determinadas
regiões do país, como o nordeste, o nível de radiação solar é elevado
praticamente o ano inteiro, por isso os cuidados com a pele não se restringem ao
verão. Os raios que mais agridem a pele são os UVB (ultravioleta B), mas o UVA
(ultravioleta A) também é importante porque ele potencializa a ação do UVB. Esse
câncer está sabidamente associado a longos anos de exposição desprotegida ao
sol, e pode ser prevenido pela adoção de condutas bastante simples.
• Use protetor solar diariamente, com fator de proteção solar adequado. Esse valor é diferente para cada pessoa, devendo ser indicado por um profissional. Deve ser aplicado em todo o corpo, mas principalmente nas áreas mais expostas ao sol. Usar também protetor labial, para evitar ressecamentos e rachaduras.
• O protetor solar deve ser reaplicado com freqüência, especialmente após longo período de exposição solar, depois de banho de mar ou piscina (não confie tanto na história de que não sai na água), transpiração excessiva.
• Vale lembrar que o protetor solar deve ser usado o ano inteiro, pois mesmo em dias nublados os raios solares conseguem ultrapassar as nuvens e atingir a pele das pessoas. Lembre-se: a maior parte da exposição ao sol ocorre durante atividades rotineiras do dia-a-dia, e não apenas nas idas à praia ou ao clube.
• Use chapéus (ou bonés) e roupas adequadas.
• Sempre que possível fique na sombra. E evite exposição ao sol entre 10 horas da manhã e às 4 horas da tarde. Esse é o período de maior radiação.
• As crianças com menos de 6 meses devem ser mantidas sem contato direto com o sol, o máximo possível.
• Cuidado com superfícies refletoras, como a areia, concreto, água; mesmo que você esteja na sombra os raios atingem você.
• Hidratação da
pele após expor-se ao sol; dê preferência a loções ou cremes que contenham
vitamina E ou aloe.
Cuidados com os olhos
Não é só a pele que precisa de proteção. Os olhos também sofrem a ação de
agressores, como os raios ultravioleta, podendo haver aumento do risco de
doenças como a catarata. Use óculos escuros, que bloqueiem pelo menos 99% da
radiação ultravioleta.
Mas esse não é o único problema que ameaça a saúde dos olhos, no verão. A
conjuntivite é caracterizada pela inflamação da conjuntiva, que é a mucosa que
recobre os olhos. Não é uma doença grave, mas é incômoda e contagiosa, devendo
ser tratada. A conjuntivite pode ser causada por vírus ou bactérias, levando a
quadros diferentes, que requerem tratamentos também distintos. Nada impede que a
doença seja inicialmente causada por vírus e, posteriormente, ocorrer infecção
por bactérias sobreposta. Os sintomas são: presença de olhos vermelhos e
lacrimejantes, dor (que pode ser forte), sensação de que há areia nos olhos, dor
ao olhar pra luz, pálpebras inchadas. No caso das bacterianas, há uma grande
produção de secreção amarelada e, pela manhã, a pessoa acorda com as pálpebras
“grudadas”. Já nas conjuntivites viróticas, a produção de secreção é bem menor,
e a mesma é clara.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de objetos contaminados
(toalhas, travesseiros, lenços), e dissemina-se rapidamente em ambientes como
escolas, creches. Outra forma de contágio é o banho em piscinas contaminadas ou
praias poluídas (daí a importância desse tema no verão). O tratamento da
conjuntivite bacteriana é feito com uso de colírios de antibiótico. No caso das
viróticas, o tratamento consiste em lavagem e manutenção de cuidados de higiene.
Para prevenir essa doença, mantenha hábitos de higiene adequados; evite coçar os
olhos; use lenços descartáveis, quando necessário; use travesseiros individuais;
evite usar objetos de pessoas com a doença; evite piscinas com água não tratada
e o uso de lentes de contato nessas situações; cuidados básicos com as lentes de
contato.
Desidratação
A água representa mais da metade do peso do nosso corpo e, nas crianças essa
porcentagem é ainda maior. Para manter a temperatura corporal, um dos mecanismos
mais importantes é a perda de calor através do suor, o que impede que a
temperatura do nosso corpo aumente demais. O mecanismo é que, a água do suor, ao
evaporar, retira o calor da pele, resfriando-a.
No verão, o calor intenso e a umidade favorecem o aumento da transpiração e,
consequentemente, da perda de água. Por isso, nessa estação do ano o risco de
desidratação é maior. Esse risco é maior em crianças e idosos, devido ao fato de
que o organismo deles tem maior dificuldade em conservar a água no corpo. A
desidratação seria, então, uma perda excessiva da água corporal, levando a
alguns quadros que podem, em alguns casos, ser muito graves.
Assim, no verão, recomenda-se uma maior ingestão diária de líquidos, que pode
ser feita com diversos produtos, inclusive frutas. Quando a transpiração é
excessiva, além da água perde-se também sais minerais, os quais devem também ser
repostos. Recomenda-se água natural, sucos de frutas (limonada, suco de
laranja), bebidas isotônicas (repõem muito bem os sais minerais), água de coco
(é uma bebida isotônica natural, com quantidades equilibradas de água e sal; é
excelente para hidratação). Importante lembrar que refrigerantes não são bons
para hidratação, porque contém quantidades muitos grandes de sal e outras
substâncias, além de não conterem vitaminas, portanto evite-os.
Outro aspecto importante é que a sede é um sinal tardio da falta de água, por
isso não espere pela sede para hidratar-se. O ideal é ingerir pequenas
quantidades de líquidos variados, durante todo o dia. Em casos de desidratação,
recomenda-se o uso do soro caseiro, que é facilmente preparado com água
filtrada, sal e açúcar. Ele deve ser oferecido em pequenas quantidades e várias
vezes ao dia.
Finalmente, devemos ressaltar o papel das intoxicações alimentares e
gastrenterites. Essas condições são causas de diarréias muito comuns durante o
verão, por isso tome cuidado na hora de escolher os alimentos e prefira sempre
carnes, frutas, legumes e verduras frescos. E não se esqueça de lavá-los bem
antes do preparo. Cuidado também com as “comidas de beira de praia”; nem sempre
o que é bonito e tem cheiro agradável está adequado ao consumo.
Cuidados alimentares
Por ser a estação das férias, no verão ocorre um aumento do consumo de alimentos
fora de casa. Com isso, ocorre grande aumento na incidência de doenças
veiculadas pelos alimentos. Uma alimentação balanceada é importante para manter
o funcionamento adequado do organismo, e deve conter todos os nutrientes
necessários: carboidratos (açúcares), proteínas, gorduras, vitaminas, sais
minerais, fibras e líquidos.
As recomendações são as seguintes:
• Ao ingerir alimentos fora de casa, observe a higiene do local, dos
utensílios, dos alimentos e do vendedor. Peça para visitar a cozinha.
• Observe as características próprias dos alimentos e, na dúvida, não consuma.
• Ingerir frutas e vegetais de cores variadas.
• Evite longos períodos de jejum; faça de 4 a 6 refeições por dia.
• Preferir os alimentos com produção característica em determinada estação do ano.
• Ingerir apenas água filtrada, fervida, ou mineral.
• Evite o consumo de enlatados, produtos industrializados e embutidos.
• Evite as dietas milagrosas. Faça ingestão moderada de todos os tipos de alimentos.
• Observe as
condutas de higiene na preparação dos alimentos.
Com essas dicas simples, esperamos que suas férias não sejam interrompidas por
imprevistos indesejáveis.
Copyright © Bibliomed, Inc. 25 de dezembro de 2019
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