Artigos de saúde
- Introdução
- Como a doença se desenvolve
- Quais são as causas?
- Quais são os sintomas?
- Como é feito o diagnóstico?
- Como é feito o tratamento?
Introdução
A doença de Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa que ataca o cérebro.
Inicia-se, frequentemente, após os 65 anos de idade e se caracteriza por uma
perda progressiva das capacidades de pensar, raciocinar, memorizar, associada a
alterações da linguagem e do comportamento. Esse conjunto de sintomas
caracteriza o que chamamos de demência, que pode ter várias causas (inclusive
pode ser uma alteração “normal” do envelhecimento) sendo a DA a principal delas.
A cada ano, uma em cada dez pessoas com mais de 80 anos de idade terá o
diagnóstico de DA. Segundo estimativas, acredita-se que a doença acometa de 8% a
15% da população com mais de 65 anos. A idade é o principal fator de risco para
a doença, e a partir dos 65 anos, o risco dobra a cada 5 anos. Atualmente,
existem em todo o mundo aproximadamente 17-25 milhões de pessoas com DA, o que
demonstra sua grande importância. Nos países desenvolvidos, a DA representa a
terceira causa de morte, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e para
o câncer. No Brasil, não existem dados precisos sobre o número de pessoas com a
doença.
Infelizmente, a DA não tem cura, porém algumas medidas podem ser tomadas para
melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas e garantir a elas certo grau
de segurança. Por isso, buscar informações a respeito é de extrema importância.
Como a doença se desenvolve?
O cérebro é o controlador de todo o funcionamento do corpo, e também da mente.
Ele é subdividido em várias regiões, cada uma responsável por determinada
atividade, como a fala, o caminhar, os movimentos dos dedos, a memória, o
raciocínio, e outros.
No cérebro do paciente com DA, as células nervosas (neurônios) começam a morrer,
levando à atrofia da região acometida e à formação das chamadas “placas senis”.
Isso compromete a função da área afetada e, no caso da DA, a principal área
acometida é a relacionada à memória, mas outras funções comprometidas são o
raciocínio, a linguagem, a concentração, entre outras. Regiões que controlam os
movimentos só são acometidas em fases bem avançadas da doença.
Quais são as causas?
Ainda não se sabe a causa da DA, apenas que ocorrem algumas alterações nas
estruturas de comunicação entre os neurônios e também nas próprias células.
Alguns fatores foram apontados como estando associados ao desenvolvimento da
doença:
Quais são os sintomas?
Os sintomas da doença variam de pessoa para pessoa, e modificam-se à medida que
ela progride. O primeiro sintoma, geralmente, é a queixa de esquecimentos. Quase
todas as pessoas normalmente apresentam problemas de memória, à medida que
envelhecem. No entanto, no paciente com DA esses problemas são bastante óbvios,
mais do que em outras pessoas da mesma idade. Frases frequentemente ouvidas são:
“- Eu vivo me esquecendo...”
“- Não consigo me lembrar de onde deixei...”
“- Eu esqueço com muita facilidade os números de telefone, e também de pagar as
contas...”
Os pacientes apresentam dificuldades para lembrar-se de acontecimentos recentes,
atividades, nomes de pessoas ou coisas. Eles começam a ter dificuldade para
manter a atenção e a concentração vai ficando cada vez mais difícil. Com o
passar do tempo, o esquecimento vai ficando mais grave e os amigos de trabalho
já começam a notar os problemas. Inicia-se a dificuldade para escrever, ler e
entender as coisas que são ditas ou lidas. A pessoa pode colocar os objetos em
locais não habituais, e não é incomum passar a perdê-los (porque esquece onde os
guardou).
Nos casos mais graves, a pessoa não consegue mais se lembrar de fatos que
aconteceram na sua própria vida e não consegue mais lidar com dinheiro. De uma
maneira geral, a memória recente é mais afetada que a memória antiga (remota).
Nos estádios finais da doença, o paciente fica cada vez mais confuso e
desorientado, não conseguindo mais realizar atividades de auto-cuidado. Não
consegue também reconhecer seus próprios familiares. Ocorrem também alterações
do humor e da personalidade, pode apresentar alucinações e vaguear pela casa à
noite. Um fator importante e que dificulta um pouco o tratamento é que o
indivíduo não consegue ver que precisa de cuidados, e pode ser bastante
resistente a eles.
Como é feito o diagnóstico?
Não existe um exame que consiga diagnosticar a DA, enquanto o paciente vive. O
único exame que dá 100% de certeza é o exame do cérebro da pessoa doente, que só
pode ser realizado após a morte. Além disso, como já comentamos a DA é a
principal causa de demência, mas existem outras, e a primeira coisa a ser feita
é excluir as demais causas. E uma dessas causas, extremamente comum, é a
depressão.
Apesar desses problemas, pode-se afirmar com certa segurança se os sintomas
devem-se à DA ou não. Geralmente, o médico realiza uma boa entrevista com o
paciente, e um bom exame que inclui a avaliação da memória e de outras funções
do cérebro. Conversar com os familiares e outras pessoas que convivem com o
doente pode ser extremamente importante.
O médico pode solicitar exames de sangue e exames de imagem do cérebro (como a
tomografia, a ressonância magnética, e outros). Esses testes ajudam,
principalmente, na exclusão das outras causas de demência.
Como é feito o tratamento?
Não existe cura para a DA, e os objetivos do tratamento são controlar os
sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente o máximo possível. O papel
da família é essencial, pois nada substitui o carinho e o amor dos entes
queridos, mesmo que a pessoa não os reconheça como tais. As medidas incluem o
tratamento de outras doenças associadas, ingestão de dieta saudável e prática
regular de exercícios físicos.
Alguns medicamentos podem ser usados, especialmente na fase inicial para fazer
com que a perda de memória seja mais lenta. Porém, esses medicamentos são
extremamente caros e apresentam vários efeitos colaterais, alguns perigosos.
Além disso, os resultados são limitados. Estão ainda em estudo o uso da vitamina
E e outros medicamentos.
Um aspecto importante é o desenvolvimento de depressão, o que ocorre em muitos
indivíduos com essa doença. Assim, o paciente pode mostrar-se hostil, agitado e
até agressivo. Pode recusar a alimentação e a ingestão de líquidos. Outro
problema é que a depressão faz com que o cérebro funcione pior do que
funcionaria normalmente. Ela deve ser adequadamente tratada, especialmente com
medicamentos.
Entre os cuidados gerais, destaca-se a organização da casa para torná-la mais
segura. Deve-se observar cada cômodo da casa e decidir as melhores mudanças a se
fazer, e lembrar que esse paciente não aceita muito bem as mudanças, portanto:
faça o que for necessário, mas não exagere. Evitar a desordem na casa é muito
importante, para evitar acidentes, bem como os cuidados com o fogão e outros
eletrodomésticos.
Recomenda-se remover as trancas da porta do banheiro e do quarto de dormir, e
manter áreas de piscina fechadas. Manter bolsas, talão de cheques, chaves,
dinheiro, carteira e outros objetos do tipo longe do alcance, pois o paciente
pode guardá-los e esquecer-se de onde colocou. Outro ponto importante é evitar
que o paciente dirija.
Mantenha, à noite, as luzes acesas nos corredores de acesso aos banheiros. Se o
doente insistir em sair de casa, acompanhe-o, mas evite brigas e discussões.
Pode-se comprar um bracelete de identificação para o doente utilizar.
Finalmente, existem várias associações de Doença de Alzheimer, que podem
fornecer apoio e informações. Isso é de extrema importância, pois pode ser
bastante frustrante cuidar desses pacientes, especialmente se for um familiar.
Aceite suas emoções e tente falar delas e, além disso, reserve um tempo para
você.
Copyright © 2006 Bibliomed, Inc. 02 de Fevereiro de 2006.
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