Artigos de saúde
Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- A descoberta sexual
- Adolescência
- Riscos Orgânicos e Prevenção
- Erotização e Virgindade
- Hímen
- Compreensão Traz Maturidade
- Traumas
- Conflitos
A descoberta sexual
As características da sexualidade são variadas conforme a idade. Nas
crianças, com idades entre zero e 18 meses, começa o processo de aprendizagem
da identidade homem/mulher e dos papéis sexuais. Neste período, a criança
passa a lidar com a representação cultural do que é ser homem ou mulher. É
nessa fase que o bebê começa a experimentar o próprio corpo e a ter as
primeiras experiências sexuais, ganhando intimidade e confiança principalmente
com a própria mãe.
A apreciação e o exame dos próprios genitais ocorre entre os 18 meses e os
três anos de idade. Depois disto, até os quatro anos, a criança tem sua
própria explicação sobre a origem dos bebês, sendo capaz de assimilar
atitudes sexuais - negativas ou positivas - do meio onde vive. Entre cinco e
seis anos, a criança apresenta idéias fantásticas de como os bebês são
gerados. É neste período, que o outro começa a ser incluído nos jogos
sexuais. A partir dos sete anos, apesar do interesse em assuntos sexuais, a
criança fica retraída com os contatos mais íntimos. Mesmo assim, mantém
brincadeiras sexuais com crianças do mesmo sexo.
Adolescência
As profundas transformações da puberdade começam aos 10 anos, quando a
criança conhece também a prática da masturbação. A partir de então,
acentua-se o desejo de relacionamento com o outro. Normalmente, os adolescentes
com 14 anos têm um amigo íntimo e canalizam o erótico para histórias,
confidências e piadas. Com 15 anos, ocorre a abertura para a heterossexualidade
e o adolescente começa a ter sua identidade sexual afirmada. Dos 17 aos 23
anos, essa identidade é consolidada e o jovem passa a ter um objeto amoroso
único, com quem mantém intercâmbio amoroso. Neste período, ele passa a dar e
a receber.
É a partir da adolescência que o jovem começa a se preocupar com os riscos
trazidos pela Aids. A desinformação costuma reforçar os preconceitos. Trocar
beijos e carícias; apertar as mãos; ter contato com suor, lágrima e saliva;
usar os mesmos pratos, talheres, copos, vasos sanitários ou assentos; não
significam riscos.
Riscos Orgânicos e
Prevenção
A Aids não é o único risco trazido com o início de uma vida sexual ativa,
apesar de ser o mais temido. A gravidez indesejada e a contaminação por outras
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) também merecem atenção. A pílula
e a camisinha não são as únicas formas de prevenção. Existem outros
métodos que podem ser adotados, desde que haja o acompanhamento de um médico
ou orientador sexual. Quando se pensa em adolescência, as recomendações mais
comuns são a pílula para a gravidez indesejada e a camisinha para as DSTs.
Para evitar a gravidez, é possível adotar ainda métodos como o coito
interrompido, a temperatura basal e a tabelinha. No entanto, são opções menos
confiáveis. Os métodos chamados de barreiras são os preservativos masculino e
feminino, o diafragma e o Dispositivo Intra-uterino (DIU). Há ainda os
anticoncepcionais orais (pílula) e os injetáveis (mensal e trimestral), além
da laqueadura tubária e a vasectomia.
Erotização e Virgindade
A sociedade erotizada chama a atenção para os riscos físicos do sexo,
esquecendo-se de outro ponto que é tão importante quanto a saúde do corpo: a
mente sadia. Atualmente, a mídia tem sido o meio mais feroz de incentivo à
vida sexual. No entanto, este incentivo tem uma proporção infinitamente mais
voltada para o lado negativo.
Na televisão, por exemplo, são muitas horas voltadas para o desrespeito ao
próximo, para o incentivo de receber mais do que dar; e poucos minutos de
orientação sexual adequada, principalmente para os adolescentes. É preciso
lembrar que sexo é bom, quando é bom para os dois. Um dos exemplos de
erotização diz respeito à forma como a sociedade encara a virgindade. Ser
virgem não significa de maneira alguma estar fora do mundo atual, mas estar em
um momento de reflexão. A pessoa virgem ainda não se sente preparada para
enfrentar a relação sexual com a maturidade que ela merece. E isto independe
da idade.
Como as pessoas desconhecem este verdadeiro sentido da virgindade, torna-se
antiquado ser virgem. Atualmente, muitos adolescentes preferem dizer, diante da
turma, que já tiveram a primeira relação sexual, para não serem massacrados
diante de comentários e piadas dos colegas.
Hímen
A virgindade é simbolizada pela perda do hímen pela mulher e pela primeira
relação sexual do homem. Mas ela precisa ser vista de forma mais ampla. A
virgindade será sempre perdida quando iniciarmos um novo relacionamento,
independente de ser o primeiro ou não. O hímen não deve direcionar o que é
ser virgem e, sim, o contato com um novo parceiro, que sempre vai representar
uma nova descoberta. Assim, ao longo da vida, a pessoa estará sempre perdendo a
virgindade a cada novo encontro.
Estar maduro para a primeira relação sexual é compreender o que ela significa
e saber lidar com os problemas que ela pode trazer. A gravidez indesejada, as
DSTs e os problemas relacionais são algumas das dificuldades que podem
aparecer. No entanto, vivido de forma adequada, o sexo possibilita que a pessoa
usufrua de imensos prazeres.
Compreensão Traz Maturidade
A falta de compreensão de como a sexualidade e o sexo devem ser encarados traz
inúmeros riscos - orgânicos e psicológicos. A gravidez indesejada, as DSTs, a
insatisfação pessoal, o arrependimento, as disfunções sexuais tardias e as
dificuldades no relacionamento são alguns desses riscos.
Todo passo na vida deve, se possível, ser planejado, diminuindo as chances de
se tornar um problema. Minimizar esses riscos será sempre uma responsabilidade
de cada indivíduo, que deve buscar a orientação adequada, por meio de
profissionais de saúde, professores de orientação sexual, livros
especializados e a própria compreensão.
Traumas
O trauma psicológico aparece sempre que a pessoa se inicia em qualquer área
sem estar preparada. Os problemas psicológicos futuros, neste caso, são
inevitáveis. No caso sexual, a iniciação inadequada pode refletir na conduta
dos anos seguintes, trazendo ansiedade durante a relação sexual, disfunções
e dificuldades no relacionamento. Todos estes problemas influenciam no
cotidiano, porque o sexo faz parte da vida e, como tal, é primordial que seja
bem vivenciado.
Conflitos
Para algumas pessoas, as experiências sexuais só ocorrem anos mais tarde,
apesar de a adolescência ser um momento da vida em que a própria biologia leva
ao envolvimento sexual. Para quem ultrapassou esta fase e não vivenciou o sexo,
o risco de conflito é grande. No entanto, se a pessoa está bem consigo mesma,
lembrando que a sexualidade envolve afeto, carinho e comunicação e não apenas
genitalidade, não haverá problemas. Se existe o conflito, é necessário
buscar ajuda profissional.
O indivíduo deve buscar o equilíbrio da vida sexual, parando de exigir de si
mesmo uma atitude que não pode ser assumida naquele momento.
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04 Janeiro de 2006.
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