Artigos de saúde
© Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- Malefícios do Fumo
- Quanto Custa Fumar
- Novas Alternativas de Combate
ao Fumo
- Fechando o Cerco ao Cigarro
"De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente morrem três milhões de pessoas por ano em função do cigarro. Para vencer a guerra contra o fumo e evitar as doenças por ele causadas atitudes mais enérgicas devem ser tomadas. Este é o principal tema a ser discutido no dia 29 de agosto - Dia nacional de combate ao fumo".
Os malefícios do tabaco são provenientes, em grande parte,
das minúsculas partículas de alcatrão nele incluídas. O cigarro contém
substâncias cancerígenas e co/cancerígenas, portanto causadoras de câncer. A
fumaça do cigarro é composta ainda de 2% a 6% de monóxido de carbono, um gás
tóxico que dificulta o transporte e utilização do oxigênio. Esses compostos
também alteram o funcionamento dos microscópicos cílios do sistema
respiratório. Como esses cílios têm a função de limpar as vias
respiratórias e livrar os pulmões de partículas indesejáveis, tais como
bactérias e compostos químicos nocivos, o fumante também é mais propenso a
adoecer de doenças respiratórias.
Metade dos seis tipos de câncer que mais matam no Brasil tem o cigarro como
fator de risco. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão,
causador de 12 mil mortes por ano no país. No pulmão, além de câncer, o uso
do cigarro promove várias outras doenças graves. O enfisema e a bronquite,
doenças pulmonares obstrutivas crônicas, são doenças graves causadas, na
grande maioria das vezes, pelo hábito de fumar. Além disso, o cigarro está
relacionado à causa de tumores malignos em vários outros órgãos como: a
boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga.
Das mortes causadas pelo fumo 25% são decorrentes de doenças coronarianas,
como infarto do coração. Os fumantes correm quase o dobro do risco dos não
fumantes de sofrer um infarto do miocárdio ou morte por doenças coronarianas.
O cigarro causa lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo, propicia
acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos como "derrames", e
aumenta a concentração de LDL (colesterol "mau") e diminui a
concentração de HDL (colesterol "bom") no sangue.
O fumante passivo é aquele que não fuma, porém respira a fumaça do cigarro
de outras pessoas. As crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. Os
filhos de mães que fumaram durante a gravidez tendem a nascer com peso e altura
inferiores aos filhos de mães não fumantes. A criança que convive com
fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante e a fumar mais precocemente.
A intervenção ao tabagismo é muito efetiva considerando-se os custos de tal ação. A diminuição do tabagismo está relacionada com a diminuição do número e gravidade de doenças cardiovasculares e pulmonares, do câncer, e das hospitalizações. Essa diminuição está relacionada também com menor número de recém nascidos de baixo peso e menor incidência de distúrbios físicos, cognitivos e emocionais nos filhos de mães que fumaram durante a gestação. Ou seja, é melhor e mais barato gastar com o combate ao fumo do que cuidar dos problemas por ele causado. Gastando menos com as doenças causadas pelo tabagismo o governo terá mais recursos para investir em outras áreas da saúde.
Novas Alternativas de Combate ao Fumo
O governo britânico iniciou em 1990 um programa alternativo
de combate ao fumo. Esse programa era baseado na gratificação dos médicos que
convencessem seus pacientes a abandonar o hábito de fumar. As autoridades
responsáveis haviam concluído que tal esforço seria mais eficiente e de menor
custo para o Estado do que as campanhas publicitárias antitabaco.
Os médicos do programa receberam treinamento especial prévio para a tarefa.
Após o treinamento eles estavam aptos a receber os pacientes tabagistas maiores
de 16 anos. O prazo de trabalho com os pacientes era de 9 meses. Para cada que
paciente se abstiver de fumar por um período mínimo de três meses seu médico
receberia uma gratificação de 15 libas esterlinas. Acreditava-se que o médico
inscrito no programa poderia ganhar entre 285 e 1125 libras esterlinas extras
por ano, caso se empenhasse para que 240 a 700 pacientes parassem de fumar.
O Dr. Coleman e colaboradores do Leicester General Hospital, de Leicester,
Grã-Bretanha, entrevistaram 940 pacientes que estavam inscritos no programa.
Eles concluíram que os médicos dos programas não usavam de técnicas de maior
persuasão para convencer os seus pacientes a deixarem de fumar e portanto, a
gratificação dada aos médicos não havia sido efetiva no combate ao
tabagismo.
No Brasil, desde 2000, o cerco ao cigarro está
sendo fechado cada vez mais. De acordo com a Lei 10.167, a propaganda do cigarro
será permitida somente na parte interna dos locais de venda do produto, por
meios de pôsteres, painéis e cartazes. Ficam proibidos os anúncios nos meios
de comunicação (inclusive internet), anúncios em outdoors, placas e cartazes
luminosos. Fica proibida, também, a distribuição de qualquer tipo de amostra
ou brinde, a venda de cigarros em estabelecimentos de saúde, o consumo de
cigarros em aviões, independente do tempo e duração do vôo, a venda do
produto por via postal, a realização de visita promocional ou distribuição
gratuita em estabelecimento de ensino ou local público e a propaganda indireta
contratada, também denominada merchandising.
Além disso, a Lei majora o valor das multas a serem aplicadas em caso de
descumprimento e determina os órgãos competentes para exercer a fiscalização
do cumprimento da Lei nº 9.294/96.
Copyright © 2007 Bibliomed, Inc. 29 de Agosto de 2007.
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