Artigos de saúde
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"A origem das tatuagens ornamentais remonta-se a Idade de Pedra, mais de 12.000 anos atrás".
As tatuagens ornamentais foram desenvolvidas por culturas
diferentes ao redor do mundo. Utilizavam-se agulhas ásperas e pigmentos de
vegetais e suas razões expressavam rituais pagãos, carregados com misticismo e
superstição. Tanto a Bíblia como o Alcorão mencionam este hábito, que
persiste até hoje com numerosos seguidores deste tipo de arte. Porém, não há
muita bibliografia em torno das implicações psicológicas das tatuagens.
Calcula-se que pelo menos 10% da população adulta, dos Estados Unidos, têm
tatuagens e pelo menos a metade deles quer removê-las, porque as imagens na
pele podem impedir o acesso a certos grupos sócio-econômicos e a entrada a
certos empregos.
As tatuagens podem sugestionar hostilidade ou o modo de expressar um
comportamento anti-social, e em geral as tatuagens se associam à imaturidade.
Mas a decisão de outra época, talvez décadas atrás, é interpretada como
atual. Desde então, a busca de diferentes métodos de remoção, por alguns
deles, parece indelével e surgem complicações que podem ser sérias.
A Histologia das tatuagens explica que nas primeiras horas após a injeção do
pigmento, uma intensa reação inflamatória é desencadeada na epiderme. As
partículas de tinta se concentram no interior das células inflamatórias.
Apos um mês da realização do desenho na pele, persistem ainda células em
decomposição e desaparecem as células inflamatórias.
As biópsias, realizadas depois de 40 anos, mostram partículas de tinta livres
no citoplasma de células localizadas na derme superficial.
As tatuagens profissionais, ao contrário dos amadores de desenho, são
compostas por numerosas cores com graus diferentes de pureza. Aparentemente, a
duração da fixação do desenho é devido à estabilidade do pigmento. Embora
seja desconhecida a sobrevida da tatuagem, estima-se que esta pode coincidir com
a vida de ser humano. Com o passar do tempo, as cores das tatuagens recentes,
que normalmente são superficiais, perdem a cor e seus contornos tornam-se
borrados à medida que se aprofundam na derme. Também pode ser encontrado resto
de tinta dentro dos gânglios linfáticos.
Alguns corantes como o azul cobalto ou o vermelho mercúrio e o verde cromo,
juntamente com o amarelo cádmio podem desencadear reações alérgicas locais.
Entre eles, o vermelho mercúrio é a substância alergênica mais comum e
produz eczema alérgico.
Os métodos de remoção da tatuagem, que não usam o laser, têm a desvantagem
de serem incompletos, destruírem o tecido indiscriminadamente e os resultados
cosméticos não serem satisfatórios. Além disso podem desencadear
alterações de maliguinidade.
É o caso do uso de substâncias químicas cáusticas, como o ácido salicílico,
o tricloroacético ou o fenol e o ácido sulfúrico. A abrasão da derme com uma
tábua de sal é um método mais refinado, que era usado pelos gregos, 500 anos
antes de Cristo, embora possam permanecer pigmentos residuais e cicatrizes
hipertróficas. A Criocirurgia é tediosa pela numerosa quantidade de sessões e
o resultado cosmético não é agradável. O uso de raios infravermelhos, a
partir de uma lâmpada halógena de Tungstênio, produz uma queimadura térmica
que se cura, deixando uma cicatriz no local.
A cirurgia convencional extirpa o pigmento da pele e realiza suturas
cosméticas. Este procedimento é válido quando a extensão da tatuagem não é
grande. Caso contrário deveriam ser realizados em várias fases, com intervalos
de tempo que permitam a cicatrização dos retalhos e enxertos, até o
desaparecimento da reação inflamatória. O resultado final nem sempre é o
cosmeticamente desejável.
O laser de Argônio, utilizado desde 1979 para remover tatuagens, pode deixar
cicatrizes malignas e o clareamento do pigmento pode deixar resíduo. De fato
produz uma alteração difusa na pele, que pode despigmentar o desenho, tornando
borradas as bordas da figura.
O laser de dióxido de carbono atua fundamentalmente no pigmento superficial e
requer uma média de quatro aplicações.
O laser ER:Yag (Erbium: yttrium-aluminium-garnet) produz uma queimadura controlada e é fundamentalmente usado para as tatuagens recentes. Em 1983, Anderson e Parris publicaram um artigo que marcou o antes e o depois; ao descrever o princípio do fototermólise seletiva. O conceito consiste na descarga de uma quantidade de energia, na longitude de onda apropriada e na duração do pulso adequado; para destruir as células que contêm o pigmento eleito, sem ferir o tecido vizinho.
Comentário
O clareamento de uma tatuagem pode evidenciar lesões produzidas pelo pigmento que eram escondidas pelo desenho. Tais resultados não devem ser interpretados como complicações atribuídas ao método.
Copyright © 2007 Bibliomed, Inc. 18 de outubro de 2007
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