Artigos de saúde
© Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- Parar
de tomar pílula pode causar acne?
- Certos
remédios podem anular o efeito do anticoncepcional?
- Mulheres
que usam pílula têm maior risco de câncer de mama e de útero?
- Pílula engorda?
- Pílula faz mal para o
cabelo?
- A pílula
aumenta o risco e o número de varizes?
- A pílula pode alterar o humor?
- A
Pílula pode ser usada no tratamento da endometriose?
- A Pílula alivia as
cólicas menstruais?
- Mulheres
que tomam Pílula demoram mais para engravidar quando param?
- A Pílula ajuda a proteger
os ossos?
- Mulheres
com doença falciforme podem tomar Pílula?
- Mulheres
com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) podem tomar Pílula?
- Tenho
mais de 40 anos e acabei de ter minha última menstruação. Ainda preciso tomar
pílula?
- A Pílula pode piorar a asma?
A pílula – como são popularmente conhecidos os contraceptivos orais – possivelmente é o método de contracepção mais comum no mundo: calcula-se que nada menos que 90 milhões de mulheres no planeta façam usodela! Os anticoncepcionais atuam evitando que ocorra a ovulação (liberação de óvulo pelos ovários, que se dá por volta do 14º dia do ciclo menstrual).
Com esse número de usuárias, não é de se espantar que os anticoncepcionais orais (ou, abreviando, ACOs), façam parte do seleto grupo de medicamentos mais exaustivamente pesquisados desde o seu surgimento, na década de 1960.
Apesar de toda esta pesquisa, alguns mitos e dúvida ainda persistem. Afinal, pílula engorda? Dá varizes? Prejudica a pele e os cabelos? Piora o humor?
Para facilitar, selecionamos a seguir os 15 mitos mais comuns sobre a pílula. Veja quantos você é capaz de responder corretamente:
Parar de tomar pílula pode causar acne?
Sim, pode. Os androgênios (hormônios masculinizantes) têm sido implicados na etiologia da acne vulgar, possivelmente por intensificar a hiperceratose folicular. Os ACOs reduzem os níveis sanguíneos de androgênios e, dessa forma, podem colaborar para diminuir a gravidade da acne. Por outro lado, com não existem verdades absolutas na medicina, em algumas raras mulheres, a acne pode ser um efeito colateral da pílula.
Certos remédios podem anular o efeito do anticoncepcional?
Sim. Sabe-se que a ampicilina, por exemplo, um antibiótico bastante comum e utilizado no tratamento de infecções urinárias, faringo-amigdalites e pneumonias, entre outros, pode reduzir a eficácia dos ACOs. Ainda, várias drogas anti-convulsivantes (utilizadas no tratamento de diversas formas de epilepsia) podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais. Nesses casos, a mulheres devem se certificar de que o contraceptivo oral escolhido contenha pelo menos 50 microgramas de etinil-estradiol ou mestranol.
Vamos por partes. O risco de câncer de mama é praticamente o mesmo entre usuárias e não-usuárias de ACOs. Nos tumores malignos do endométrio (camada mais interna do útero) e do ovário, a pílula exerce um efeito protetor – as usuárias de ACOs apresentam metade do risco de câncer de endométrio e ovário das não-usuárias.
Entretanto, o uso de contraceptivos orais por mulheres jovens parece associar-se ao surgimento de miomas uterinos (tumores benignos) na pré-menopausa, mas são necessários outros fatores reprodutivos (a pílula não leva a culpa sozinha...).
Quanto à relação entre câncer de cérvice uterina e uso de ACOs, parece não existir consenso – alguns estudos indicam um aumento na incidência, mas nada está definitivamente comprovado.
Ainda que o ganho de peso esteja entre as queixas mais comuns das mulheres que utilizam ACOs, estudos mostraram que isto pode não ser completamente verdadeiro. Uma pesquisa recente avaliou a variação de peso de 128 mulheres em uso de contraceptivos orais durante quatro meses e descobriu que 72% das pacientes não apresentaram qualquer alteração de peso no final do período. Assim, queixar-se de ganho de peso já não é a melhor desculpa para interromper o uso da pílula.
Não existem evidências científicas comprovando este fato.
Os ACOs possuem diversos efeitos sobre o sistema cardiovascular e é possível que estejam envolvidos de alguma forma no desenvolvimento de teleangiectasias (varizes), mas as pesquisas produziram resultados controversos até o momento.
Podem ocorrer náuseas, dor de cabeça, dor nos seios, sangramentos vaginais irregulares e depressão nos primeiros meses de uso da pílula, mas estes efeitos colaterais frequentemente cessam após alguns meses.
ACOs realmente fazem parte do tratamento não-cirúrgico desta doença. Progestinas isoladamente podem ser úteis e são a primeira escolha de muitos especialistas.
A menstruação dolorosa (chamada de dismenorréia pelos médicos) é menos frequente nas mulheres que não ovulam. Por isso, os ACOs podem ser úteis em 70% a 80% dos casos de dismenorréia. Quando a pílula é suspensa, as mulheres geralmente sentem a mesma intensidade de dor que apresentavam antes do seu uso.
Todavia, alguns ACOs podem estar associados à ocorrência de hipermenorréia (menstruação muito volumosa e intensa) e a falta de controle de problemas no ciclo menstrual, caracterizada principalmente por sangramentos irregulares e menstruações dolorosas, são problemas comuns enfrentados por algumas usuárias de contraceptivos orais, sendo uma das principais razões de suspensão do uso - cerca de 1/3 das mulheres em uso de ACOs apresentam sangramentos (spottings) intermenstruais.
Verdade. O retorno à fertilidade em mulheres que interromperam o uso de ACOs leva mais tempo quando comparado às mulheres que interromperam outros métodos contraceptivos, mas não parece haver prejuízo da fertilidade como um todo.
Algumas pesquisas têm mostrado que o uso de altas doses de ACOs em mulheres após a menopausa diminui o risco de fraturas e suspeita-se que seu uso possa melhorar a densidade mineral óssea em mulheres jovens, mas faltam maiores comprovações científicas.
Mulheres com drepanocitose (doença falciforme) frequentemente não fazem uso de contraceptivos orais contendo estrogênio e progesterona pois preocupam-se com a possibilidade dos hormônios piorarem a doença. Estudos laboratoriais não encontraram evidências comprovando este temor.
Os contraceptivos orais podem precipitar episódios de LES em mulheres portadoras desta doença. Por este motivo, a pílula não é recomendada em mulheres com LES.
Sim, pois parar com a pílula pode resultar em uma gravidez indesejada. Nas mulheres que estão entrando na menopausa, recomenda-se o uso de ACOs por 12 meses após a última menstruação.
Não. As alterações nos níveis hormonais parecem ter um papel importante na gravidade da asma nas mulheres e cerca de 30% a 40% das mulheres apresentam flutuações na gravidade das crises relacionadas ao ciclo menstrual. A crise tende a ocorrer três dias antes e durante os quatro dias da menstruação. Os anticoncepcionais orais podem ajudar estes casos, nivelando as flutuações hormonais.
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Publicado em 09 de fevereiro de 2012
Revisado em 02 de março de 2016
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