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Depressão em crianças – características

® Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Como ocorre a depressão em crianças?
- Quais os sintomas da depressão, em crianças?
- Como é feito o diagnóstico da depressão, em crianças?
- Como se faz o tratamento?
- Quanto tempo duram os sintomas?
-
O que fazer para ajudar seu filho?

Como ocorre a depressão em crianças?

A depressão, em crianças, é considerada um problema grave. Assim como em adultos, os sentimentos de tristeza e desapontamento são bastante comuns, porém quando esses sintomas e sentimentos duram por um período maior e comprometem a vida da criança, podemos falar em depressão.

Ainda não se sabe quais as causas da depressão em crianças, mas sabe-se que a mesma pode ser desencadeada por eventos estressantes, como problemas na escola, separação dos pais, brigas com colegas, perda de amigos ou morte de um parente ou animal de estimação. As crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem, doenças crônicas ou algum tipo de deficiência física são mais propensas a desenvolverem depressão. Apesar disso tudo, a depressão pode surgir sem nenhuma causa identificável.

As meninas e os meninos apresentam o mesmo risco de desenvolver depressão; além disso, o quadro costuma ser mais grave quanto mais precoce for o início da doença, bem como quando não se identifica um evento desencadeador. Já na adolescência, as garotas apresentam risco maior que os garotos.

Quais os sintomas da depressão, em crianças?

Em crianças, e também em adolescentes, a depressão costuma se apresentar de maneira diferente. Enquanto os adultos costumam queixar-se de sentimentos de tristeza e falta de esperança, as crianças apresentam quadros caracterizados principalmente por irritabilidade, mau humor e comportamento provocativo. Costuma-se observar alterações súbitas do humor, passando de tristeza e irritabilidade para raiva extrema.

Na adolescência, os indivíduos têm que lidar com várias questões importantes, de forma que muitas vezes os sintomas de depressão passam despercebidos. De fato, muitas crianças e adolescentes não sabem que estão deprimidos. Ao invés de falar sobre o que estão sentindo, eles agem de acordo com eles, tornando-se às vezes desobedientes.

Os sintomas mais comuns de depressão, em crianças, são:

  • Atitudes destrutivas voltadas contra brinquedos ou outros objetos da casa;
  • Baixa auto-estima ("eu me odeio"; "eu sou um estúpido");
  • Sentimento de cansaço e tédio, grande parte do tempo;
  • Irritabilidade freqüente, com períodos de comportamento agressivo, de atrevimento;
  • Perda de interesse em várias coisas que gostava de fazer (música, esportes);
  • Vontade de ficar sozinho grande parte do tempo;
  • Problemas em prestar atenção às coisas, sendo facilmente distraído por pensamentos;
  • Sono em excesso ou dificuldade para dormir;
  • Perda ou aumento excessivo do apetite;
  • Grande sensibilidade à perda ou à rejeição;
  • Fala sobre desejo de morrer;
  • Sentimentos de culpa ou de não ser bom o suficiente. Algumas crianças praticam auto-agressão;
  • A criança não se preocupa com as conseqüências de fazer ou não suas obrigações.

Como é feito o diagnóstico da depressão, em crianças?

Como os sintomas de depressão podem ser confundidos com sintomas de diversas outras doenças orgânicas e mentais, é sempre recomendável procurar um especialista, pois ele será capaz de fazer essa diferenciação. Além da depressão, as crianças costumam apresentar os seguintes distúrbios:

  • Distúrbios de ansiedade;
  • Distúrbio de déficit de atenção/hiperatividade;
  • Distúrbios de conduta ou de oposição desafiadora.

O especialista fará uma avaliação dos sintomas apresentados pela criança, do comportamento da mesma, da história familiar e das doenças que a criança já apresentou no passado, bem como dos medicamentos em uso atual. Algumas vezes, pode ser necessária a realização de alguns exames de sangue, para excluir certos tipos de doenças, que podem ser confundidas com a depressão. O diagnóstico de depressão na infância pode ser bastante difícil, de forma que às vezes são necessárias várias consultas, antes que alguma conclusão possa ser firmada.

Como se faz o tratamento?

O tratamento pode ser realizado com medicamentos e psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental ajuda as crianças a aprenderem sobre a depressão e também como fazer para melhorar seus sintomas, tanto físicos quanto os sentimentos negativos e os problemas de comportamento. Outro tipo de terapia que pode ser bastante útil é a terapia de família, que aborda a família como um todo e não apenas a criança. Isso é importante, porque as crianças costumam se sentir mais seguras quando os pais e irmãos participam da terapia e trabalham como grupo.

Em alguns casos pode ser necessário o uso de antidepressivos. Em crianças e adolescentes, podem ser usados: fluoxetina, paroxetina, citalopran, escitalopran, venlafaxina, sertralina e bupropion. Esses medicamentos ajudam a reduzir a irritabilidade e a ansiedade. Caso a ansiedade persista, podem ser associados medicamentos específicos, que ajudam no seu controle.

Assim como em adultos, o uso de antidepressivos pode se associar a piora do quadro ou a aumento do impulso suicida, por isso é importante manter-se atento ao seu filho. Vale lembrar que esses efeitos adversos são raros, e costumam ocorrer mais no início do tratamento. Converse com o médico a respeito disso, tendo em mente que na grande maioria das vezes os benefícios superam os riscos.

Quanto tempo duram os sintomas?

Em crianças, a depressão pode ocorrer em apenas um episódio, ou durar a vida inteira. Em muitos casos, os sintomas duram de semanas a meses e, caso não seja tratada, a doença retorna e pode tornar-se mais grave. Porém, com o tratamento, a doença tende a ser bem controlada. Convém ressaltar que as crianças que apresentam depressão têm risco aumentado de depressão na idade adulta.

O que fazer para ajudar seu filho?

  • Procure ajuda imediatamente se seu filho demonstrar idéias de suicídio;
  • Procure aprender tudo que puder sobre a depressão. Leia, participe de grupos de ajuda e converse com outras pessoas;
  • Não subestime suas preocupações se os sintomas estão presentes por mais de seis meses. Eles podem não melhorar, e até mesmo piorar;
  • Entenda que você não é responsável pela depressão do seu filho, mesmo que ela tenha sido desencadeada pelo seu divórcio;
  • Faça com que a criança perceba que você está ao lado dela, pronta para ajudar a qualquer momento que for necessário. Repita isso a ela várias vezes;
  • Encoraje seu filho a falar sobre o que quiser, quando sentir vontade. Escute com atenção, pois isso faz com que a criança perceba que seus sintomas são importantes para você e que ela não está desamparada;
  • Garanta que seu filho tome a medicação todos os dias, mesmo sentindo-se bem;
  • Mantenha uma rotina diária de atividades, como horários de dormir e de se alimentar;
  • Seja firme e consistente, com relação a regras e conseqüências. Porém, mantenha sempre a calma ao explicar tais questões à criança;
  • Mantenha vigilância, para detectar os primeiros sinais de depressão;

Copyright © 2008 Bibliomed, Inc.                                        19 de maio de 2008