Artigos de saúde
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Neste artigo:
- Você pode salvar uma vida
- Quem pode doar
- Quem não pode doar
- Doação passo a passo
- Direitos do doador
- O que fazer após a doação
- Mitos sobre a doação de sangue
- Doação de medula óssea
- Encontre o Hemocentro mais perto de você
- Referências
As primeiras tentativas de utilização do sangue para a cura de doenças datam da pré-história, sendo que, durante muitos séculos, os resultados não obtiveram sucesso. O primeiro relato de transfusão de sangue ocorreu no século XVII, sendo quase todas realizadas com sangue de animais.
A história da transfusão de sangue é dividida em três períodos: a era pré-histórica, que vai até a descoberta da circulação sanguínea pelo médico britânico William Harvey, no início do século XVII; o período pré-científico, vai de 1616, ano da descoberta da circulação, até o início do século XX, quando o pesquisador austríaco Landsteiner descobre o grupo sanguíneo ABO; e o terceiro período – chamado científico – começa com a descoberta de Landsteiner, chegando até os dias atuais.
Após a descoberta de Landsteiner a transfusão de sangue passou a ser realizada braço a braço, uma vez que não existiam anticoagulantes que permitissem a estocagem do sangue colhido. Durante o período entre as duas guerras mundiais, foi desenvolvida uma solução anticoagulante à base de citrato de sódio.
A primeira transfusão de sangue coletado e estocado em garrafas de vidro ocorreu durante a guerra civil espanhola, em 1939, quando um médico francês organizou uma rede de doadores de sangue formada por simpatizantes da causa dos rebeldes que lutavam contra os fascistas comandados pelo general Franco. Na Segunda Guerra Mundial surgiram os primeiros bancos de sangue, sendo o período das primeiras campanhas de doação de sangue.
No Brasil, o sistema de doação de sangue era remunerado, ou seja, as pessoas recebiam pelo sangue. Com isso, aumentou o número de bancos de sangue privados, o que dificultava a fiscalização. Na década de 1980, o Governo Brasileiro se posicionou contrário à prática e criando o Programa Nacional de Sangue e Hemocomponentes (Pró-Sangue) com a finalidade de regularizar a situação da hemoterapia brasileira, criando os Centros de Hematologia e Hemoterapia – os hemocentros.
O principal requisito para que uma pessoa doe sangue é estar em boa saúde. É necessário ter entre 16 e 69 anos, sendo que os menores de 18 anos precisam do consentimento formal dos pais ou responsáveis. A pessoa precisa ter peso igual ou superior a 50 kg e não estar em jejum.
O doador deve evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação. Bebidas alcoólicas e cigarros não devem ser consumidos antes da doação. Dormir pelo menos seis horas na noite anterior à doação também é recomendado.
Algumas condições podem impedir temporária ou permanentemente a doação. O impedimento temporário se dá por:
Já o impedimento definitivo ocorre quando:
Pessoas que fazem uso de medicamentos ou estão em tratamento dentário, assim como quem realizou cirurgias ou tomou vacinas, deve consultar nos Hemocentros se estão ou não aptas para doar sangue. Veja abaixo alguns prazos:
A doação de sangue é realizada em oito etapas. Veja o que ocorre em cada uma delas:
Etapa 1 - é realizado um cadastro
Etapa 2 - são realizados testes sanguíneos para medicação dos níveis de hemoglobina e detectar se o candidato está apto para doação.
Etapa 3 - batimento cardíaco, pressão arterial e peso são verificados
Etapa 4 - o profissional de saúde realiza uma pesquisa detalhada sobre o histórico do doador a fim de descobrir se a doação pode trazer riscos para ele ou para o receptor.
Etapa 5 - o doador responde a uma pergunta confidencialmente sobre comportamento de risco para Aids. É importante responder de forma verdadeira, pois a resposta positiva leva ao descarte da bolsa de sangue.
Etapa 6 - é realizada a coleta de cerca de 450 ml de sangue.
Etapa 7 - o doador recebe um lanche. Recomenda-se a ingestão de muito líquido no dia.
Etapa 8 - o sangue é enviado ao fracionamento, onde seus componentes são separados (hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado), para, então, ser encaminhado aos receptores.
A Lei 1.075 de 27 de março de 1950 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), através do artigo 473, garante ao doador a dispensa do ponto no dia da doação de sangue, por um dia, em cada 12 meses de trabalho, no caso de doação voluntária devidamente comprovada. O atestado de comparecimento e doação é fornecido pelos hemocentros.
Após a doação de sangue são necessários alguns cuidados. Deve-se evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas, aumentar a ingestão de líquidos, não fumar por duas horas e não ingerir bebidas alcoólicas por 12 horas. O curativo colocado no lugar da punção deve se mantido por, no mínimo, quatro horas, e atividades como dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes e praticar atividades radicais como paraquedismo ou mergulho devem ser evitadas.
Mitos sobre a doação de sangue
A doação de sangue é cercada por mitos, tais como:
Essas não têm respaldo ou comprovação científica, tendo surgido no início do processo de doação de sangue. Da mesma forma, não existe sangue artificial, sendo a doação a única maneira de conseguir sangue para quem precisa.
Além do sangue é possível doar medula óssea. O cadastramento é realizado nos hemocentros, durante o qual é coletado 5ml de sangue para realização de exame de compatibilidade. O candidato só será chamado à doação em caso de compatibilidade com o receptor.
O exame de Histocompatibilidade (HLA) para determinação do “perfil genético” não são realizados nos hemocentros, sendo o procedimento e os resultados disponibilizados no Cadastro Nacional de Doadores de Medula (Redome), vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde.
Os candidatos à doação de medula óssea devem ter entre 18 e 54 anos, boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas.
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