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Saiba mais sobre os problemas endocrinológicos
Os sistemas endócrinos e nervosos regulam praticamente todas as funções homeostáticas
e metabólicas do organismo. Segundo a médica especialista em endocrinologia e
metabologia, Dra. Sâmara Nunes de Oliveira, eles são o principal mecanismo pelo qual o
corpo transmite informações entre diferentes células e tecidos. Através dessas
informações transmitidas é que teremos a regulação das diversas funções corporais.
O termo "endócrino" se refere à secreção interna (glandular) de substâncias
biologicamente ativas que são os hormônios. Um hormônio pode ser definido como uma
substância secretada por uma glândula endócrina que é transportada pela corrente
sanguínea para regular a função um tecido alvo. Além das glândulas endócrinas como
as hipófises, a tireóide, paratireóides, o pâncreas, os ovários, os testículos e
supra-renais, sabe-se hoje que outros tecidos podem produzir hormônios, como o tubo
digestivo.
Segundo a especialista, o controle e a regulação da secreção das glândulas
endócrinas são mediados pela concentração dos próprios hormônios e também por
fatores não hormonais, como por exemplo, as variações de temperatura, o estado
psicológico e o uso de medicamentos entre outros.
O paciente com distúrbios endócrinos pode apresentar muitas queixas inespecíficas sendo
que estas podem variar de intensidade e de freqüência. As principais queixas são a
astenia, a fadiga, a perda ou o ganho de peso, a ansiedade, a depressão, a diarréia ou
constipação e a anemia.
Diagnóstico
Dra. Sâmara Nunes explica que para diagnosticar o distúrbio em pacientes com suspeita de
doença endócrina, o médico realiza uma cuidadosa história clínica, exame físico e
provas laboratoriais. Dentre as doenças endócrinas, metabólicas mais freqüentes
podemos citar: diabetes Mellitus, distúrbios da glândula tireóide (hipotireoidismo,
hipertireoidismo) obesidade, dislipidemias e distúrbios do crescimento, esclarece a
médica.
O diabetes mellitus é atualmente um dos mais importantes problemas de saúde no mundo
devido ao grande número de pessoas afetadas e por ser causa de incapacitações e de
mortalidade precoce. Segundo a especialista, o diabetes mellitus pode ser definido como um
grupo de alterações metabólicas caracterizado pelo aumento da glicemia, que resulta de
deficiência da secreção ou da ação da insulina (hormônio produzido no pâncreas). O
tratamento ao paciente deve ser individualizado mas tem como base a programação de uma
dieta adequada, a prática de atividades físicas e o uso de medicamentos.
Hipotireoidismo
(O hipotireoidismo é a baixa de produção hormonal da glândula tireóide) afeta
milhões de brasileiros sendo que, em muitos casos, não é diagnosticado. De acordo com a
médica, grande parte das vezes o diagnóstico não é feito já que o paciente confunde
o hipotireoidismo com seu processo de envelhecimento e não procura o médico para fazer o
exame.
Com sua importância sendo descrita pela primeira vez no final do século 19, a tireóide
produz hormônios que atuam na maioria dos órgãos (coração, cérebro, etc.). A
glândula se localiza na parte anterior do pescoço. A baixa produção hormonal da
tireóide pode ter diversas causas sendo a mais comum delas a "Tireoidite de
Hashimoto": É um processo inflamatório crônico que com o passar do tempo prejudica
a função da tireóide que passa a produzir menos hormônios. O Hipotireoidismo pode
surgir também, segundo a especialista, em decorrência de uma operação de tireóide ou
do tratamento com iodo radioativo de uma pessoa com hipertireoidismo (excesso de
produção hormonal).
A médica faz questão de frisar que dos distúrbios da tireóide, o hipotireoidismo é
bastante freqüente na população geral e se caracteriza por diminuição dos níveis dos
hormônios tireoidianos circulantes. A deficiência dos hormônios tireoidianos
manifesta-se por diversos sinais e sintomas que repercutem no organismo de acordo com a
idade do paciente e também variam com a intensidade do déficit hormonal. Alguns sintomas
nos fazem suspeitar de doenças tireoidiana: cansaço, depressão, aumento de peso, pele e
cabelos secos, edema facial, artralgias, alterações do ciclo menstrual. O tratamento
consiste na reposição de hormônio tireoidiano e caso não seja tratado adequada e
oportunamente o paciente com hipotireoidismo pode apresentar transtornos físicos e
psíquicos em variados graus. O diagnóstico da doença é feito através de exame
clínico e laboratorial (dosagens de hormônios tireoidianos e anticorpos contra a
tireóide). Na maioria das vezes, o tratamento é realizado durante toda a vida do
paciente através de medicamentos
Crescimento
"O crescimento é uma fantástica capacidade que o ser jovem apresenta em toda a sua
potencialidade, e para que as crianças possam aproveitar ao máximo este potencial, devem
existir boas condições de saúde, de alimentação e de um bem estar social".
Segundo ela, as características genéticas (altura dos pais, irmãos) além dos fatores
já citados interferem no crescimento das crianças. "A estatura final é fruto de uma
relação complexa e imprevisível que nenhuma fórmula conseguiu prever", afirma a
especialista acrescentando que a curiosidade dos pais em relação ao crescimento e altura
que os filhos terão quando adultos é grande, vindo, às vezes, acompanhada de dúvidas e
angústias. "É neste momento que são levadas ao consultório médico para que
sofram uma avaliação a fim de saber se suas crianças são 'normais'". A
endocrinologista ressalta que ocorre uma variação ampla do que é considerado normal,
levando-se em conta os fatores hereditários e ambientais. Cabe ao médico orientar e
tranqüilizar os pais e as crianças.
A avaliação da criança com queixa de baixa estatura inclui uma cuidadosa história
clínica, abrangendo história da gravidez, do parto, altura e peso da criança ao
nascimento; revisão da alimentação e dos hábitos de vida incluindo a prática de
atividades físicas; altura dos familiares; avaliação do ambiente psicossocial da
criança (familiar, escolar e etc). Já na avaliação clínica são feitas: medidas de
peso e altura que devem ser seqüenciais para que seja determinada a velocidade de
crescimento - índice mais sensível do processo de crescimento do que uma medida isolada.
Também é feita a avaliação laboratorial com: exames solicitados conforme suspeitas do
médico de algumas patologias (anemia, doenças renais, do trato digestivo e/ou doenças
endócrinas - hormônios), além da avaliação radiológica feita através da radiografia
da mão para se precisar a idade óssea.
Dra. Sâmara explica que é de fundamental importância ao falarmos em desenvolvimento, é
a avaliação da puberdade, que reúne os eventos biológicos da adolescência relacionada
ao crescimento físico e maturação sexual", continua a especialista afirmando que
é na puberdade que ocorre a fase de aceleração do crescimento físico com o aumento da
velocidade de crescimento: fase do estirão, ocorrendo segundo dados gerais da literatura
entre 9 ½ e 14 anos nas meninas e 10 ½ e 15 anos nos meninos".
Obesidade
A obesidade é uma grande preocupação clínica e social que atinge todas as camadas da
sociedade e quando não tratada contribui para aumentar os índices de doenças
cardiovasculares e doenças ósseas, além do risco aumentado para desenvolver diabetes
mellitus. A avaliação do paciente obeso consiste na investigação dos hábitos
alimentares e de atividades físicas, de provas laboratoriais, bioquímicas e hormonais
para instituição do tratamento adequado.
Segundo a especialista, o diagnóstico da obesidade , por muito tempo, foi feito levando
em consideração as medidas do peso e da altura, que eram então comparados com tabelas
padrão. Um programa alimentar adequado será sempre importante no tratamento da obesidade,
mas a dieta não deve ser um componente isolado no tratamento do obeso. Ela deve fazer
parte de um programa de tratamento mais amplo, que deve incluir, modificação de hábitos
alimentares, introdução de programas de exercícios físicos, de acompanhamento médico
e em longo prazo. Pacientes com diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca
ou renal, em uso de diuréticos, hipotensores ou digital, por exemplo, podem ter
distúrbios eletrolíticos graves e arritmias cardíacas potencialmente fatais nos
programas de perda de peso sem acompanhamento médico.
Suor em excesso
O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas que temos espalhadas pelo corpo. São
dois tipos de glândulas . Aquelas que produzem suor imperceptível e que são muitas
estimuladas pelo calor e por esforços físicos - chamadas apócrinas. E ainda existem as
responsáveis pelo suor das axilas, palmas das mãos e pés chamadas écrinas. Estas são
reguladas por fatores hormonais e emocionais. Muitas pessoas estão expostas ao excesso de
desta transpiração. O pior é que geralmente esse suor é acompanhado de um odor
desagradável, por causa das bactérias naturalmente presentes nas regiões de atuação
das glândulas. Este problema atinge pessoas nervosas ou que possuem glândulas em
excesso. Para controlar a transpiração você pode lançar mão de algumas armas como os
produtos desodorantes e antitranspirantes. Casos mais extremos necessitam de orientação
de um endocrinologista, em especial, quando existe alguma disfunção com glândulas
apócrinas.
Finalizando a especialista em endocrinologia explica que os problemas endocrinológicos
precisam de acompanhamento médico constante, em sua grande maioria. Isto porque uma
disfunção hormonal, disfunção sexual em conseqüência de uma diabetes necessitam de
exames e avaliações constantes.
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