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Por Lisa Richwine
NOVA ORLEANS (Reuters) - O consumo moderado de álcool -- que é bom para o coração,
segundo estudos anteriores -- só diminui um pouco as chances de enfarte, afirmaram
pesquisadores finlandeses na segunda-feira.
Benefícios cardíacos mais notáveis ocorreram quando pessoas tomaram entre três a sete
drinques por dia, mas médicos desaconselham este tipo de comportamento porque o consumo
exagerado de álcool está associado a uma série de problemas, de lesão hepática e fertilidade
debilitada.
Pekka Karhunen, da Universidade de Tampere, na Finlândia, disse que estudos anteriores que
afirmavam que um a dois drinques por dia poderiam reduzir o risco de doenças cardíacas
pareciam ter sido "superestimados".
Seu estudo, apresentado durante o encontro anual da American Heart Association (Associação
Americana de Coração), demonstrou que "não há perigo em um ou dois drinques por dia, mas o
benefício é muito pequeno", disse Karhunen.
A associação recomenda que o consumo de álcool deve ser limitado a um drinque por dia a
mulheres e dois por dia para homens. Os drinques incluem cerveja, vinho ou licor.
Karhunen e sua equipe realizaram autópsias em 700 homens finlandeses entre 33 e 70 anos. Os
pesquisadores também entrevistaram membros familiares para conhecer os hábitos de consumo
de álcool dos homens e analisaram os efeitos da bebida em seus vasos sanguíneos.
Os cientistas descobriram que o consumo de menos de três drinques por dia não reduziu o
progresso da aterosclerose, ou doença arterial coronária, e só minimizou "ligeiramente" a chance
de sofrer um enfarte fatal.
Mas, quanto mais as pessoas bebiam, menos propensas elas estavam a sofrer um enfarte fatal.
Doenças cardíacas foram a causa de morte de 56 por cento das pessoas que consumiram uma
média de menos de sete drinques por dia. Para pessoas que beberam mais do que isso, a morte
por doenças cardíacas foi de somente 30 por cento.
Por outro lado, pessoas que bebiam em excesso apresentaram altos níveis de gordura em seus
fígados e distúrbios de esperma. Uma parte significativa, 47 por cento, morreu de causas
"violentas" como acidentes que poderiam estar relacionados ao uso de álcool.
O consumo excessivo de álcool, portanto, poderia ser uma "forma perigosa de prevenir doença
cardíaca coronariana", concluiu Karhunen.
O pesquisador acredita que estudos anteriores sobre os benefícios cardíacos do álcool podem
ter tido resultados diferentes pois, provavelmente, os pacientes destas pesquisas subestimaram
seu consumo de álcool.
Sinopse preparada por Reuters Health
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