Notícias de saúde
Por Maggie Fox
NOVA ORLEANS (Reuters) - É oficial, a American Heart Association (Associação
Americana do Coração) quer que todo mundo coma mais soja. A organização sem fins
lucrativos, que há anos recomenda uma dieta saudável e exercícios, anunciou que estudos
científicos mostram que a soja pode reduzir o colesterol e o risco de doença cardíaca.
A soja integra agora a lista crescente de alimentos, como suco de laranja, bananas, verduras e
farelo de aveia, que a maioria das pessoas deveria comer todos os dias.
A doença cardíaca é a principal causa isolada de morte nos Estados Unidos e em muitos países
industrializados.
Segundo John Erdman, professor de ciências da alimentação e nutrição humana da Universidade
de Illinois, em Urbana, as pessoas que comem soja cortam pelo menos algumas das carnes
pouco saudáveis de sua dieta e também tem algumas vantagens.
O cientista observou que vários estudos mostram que os asiáticos -- que consomem muita soja
e comem pouca carne -- têm incidência 50% menor de doenças cardiovasculares que europeus
e americanos. Pesquisas indicam também que substituir proteína animal por soja pode reduzir a
lipoproteína de baixa densidade (LDL), também chamada colesterol ruim, os triglicérides, outra
medida de gordura no sangue, e aumentar o HDL "bom", que retira o colesterol ruim da
corrente sanguínea.
Um estudo recente publicado no American Journal of Clinical Nutrition mostrou que comer 20
gramas de soja diariamente pode reduzir os níveis de colesterol em um período de nove
semanas.
Os efeitos mais significativos são verificados em pessoas com colesterol alto. Segundo Erdman,
o risco de que alguém com colesterol baixo apresente taxas extremamente reduzidas por causa
da ingestão de soja é muito pequeno.
Agora, a Food and Drug Administration (FDA), agência de controle de drogas e alimentos dos
Estados Unidos, permite que os fabricantes de produtos alimentícios de baixo teor de gordura e
com pelo menos 6,25 gramas de soja coloquem na embalagem um rótulo de alimento saudável.
"Encorajamos as pessoa a usar soja natural", disse Erdam, que se opõe ao uso de cápsulas de
proteína de soja. Para ele, a soja natural parece ter uma variedade de ingredientes que agem em
conjunto para baixar o colesterol.
O especialista acha que a indústria de alimentos deveria desenvolver alimentos mais saborosos
com soja, embora reconheça que uma grande variedade chegou às prateleiras dos
supermecados nos últimos anos. "Muitos norte-americanos não apreciam o sabor da soja e o
gosto é importante, as pessoas não compram uma coisa duas vezes a menos que seja
saborosa", disse Erdman.
Para o pesquisador, muitos norte-americanos estão interessados em consumir soja e as vendas
de produtos com soja subiram 45 por cento nos último anos nos principais supermercados --
não em lojas de alimentos naturais.
Incluir soja na alimentação pode ser tão simples quanto usar leite de soja, que contém entre 6 e
8 gramas de soja em 240 gramas. "O leite de soja preserva pouco do sabor do grão e é muito
bom em cereais", disse Erdman.
Segundo o pesquisador, cerca de 90 gramas de tofu -- que vem ganhando espaço em alguns
restaurantes e supermercados -- têm de 8 a 10 gramas de proteína de soja por porção. Os
hambúrgueres de soja podem conter entre 10 e 18 gramas cada. A farinha de soja,
normalmente sem gordura, é também uma boa opção.
Conforme Erdman, os estudos mostram que quanto mais cedo começar melhor. A American
Heart Association recomenda estimular as crianças a comer soja. De acordo com o
pesquisador, entre os compostos que tornam a soja saudável estão ácido fítico, saponinas, que
ajudam o organismo a excretar mais bílis e colesterol e o aminoácido arginina.
Sinopse preparada por Reuters Health
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