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Por Ransdell Pierson
NOVA ORLEANS (Reuters) - Crianças obesas estão 53 vezes mais propensas a apresentar
resistência à insulina, uma síndrome que normalmente precede o desenvolvimento da diabete do
tipo 2 ou "de início na idade adulta", de acordo com um estudo da Universidade da Carolina no
Norte, em Chapel Hill.
A diabete do tipo 2, que afeta cerca de 15 milhões de norte-americanos, manifesta-se na
meia-idade e está relacionada à obesidade.
A outra forma menos comum de diabete, do tipo 1, é uma condição hereditária que se
caracteriza pela produção deficiente de insulina. Os dois tipos são potencialmente mortais e a
principal causa de cegueira e amputação.
JoAnne Harrel disse que o estudo destaca que a incidência crescente da obesidade entre
crianças norte-americanas pode colocá-las sob risco de desenvolvimento de diabete do tipo 2
na adolescência ou idade adulta jovem.
"No geral, atualmente, menos de 1 por cento das crianças nos Estados Unidos têm diabete.
Mas isso pode mudar se continuarmos a produzir crianças obesas", alertou Harrel,
acrescentando que a taxa de obesidade norte-americana dobrou na década passada.
O estudo com 688 crianças de áreas rurais entre 11 e 14 anos analisou uma tríade de fatores de
risco para doenças cardíacas que é considerada uma marca da resistência à insulina.
A insulina é um hormônio natural que retira o excesso de açúcar, ou glicose, do sangue. À
medida que as pessoas se tornam obesas, o organismo tem que produzir quantidades cada vez
maiores do hormônio para manter os níveis de glicose sob controle.
Mas, eventualmente, a insulina perde sua capacidade de realizar esta função, tornando-se
"resistente", e permite que a glicose atinja níveis anormais que caracterizam a diabete.
Os fatores de risco clássicos para resistência à insulina estudados por Harrel são altos níveis de
insulina, pressão sanguínea alta e níveis elevados de gorduras conhecidas como triglicérides ou
baixos níveis de HDL, ou colesterol "bom", que protege o coração.
Crianças com somente um dos fatores de risco estavam duas a seis vezes mais propensas a
serem obesas, enquanto aquelas com dois fatores de risco estavam oito a 14 vezes mais
propensas.
"Crianças que eram obesas estavam 53 vezes mais propensas a apresentar resistência à insulina
(tendo todos os três fatores) do que aquelas que não eram obesas", destacou a pesquisadora
em entrevista durante o encontro anual da American Heart Association (Associação Americana
de Coração), em Nova Orleans.
Normalmente, a resistência à insulina está presente, mas desconhecida, dez anos antes do
diagnóstico da diabete do tipo 2. Harrel acredita que um número crescente de crianças
norte-americanas obesas poderá ter de enfrentar a diabete do tipo 2 ainda na juventude.
Sinopse preparada por Reuters Health
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