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Alimentos Proibidos Provocam Sentimento de Culpa em Garotas

Por Suzanne Rostler

NOVA YORK (Reuters Health) - Os pais que desejam que as filhas tenham atitudes saudáveis com relação ao corpo e à alimentação deveriam ser aconselhados a deixar que elas comam bolos e doces.

De acordo com artigo publicado na edição de novembro do Journal of the American Dietetic Association, pais que restringem a dieta das filhas pequenas aumentam a possibilidade de as garotas comerem alimentos proibidos e se sentirem mal por cederem à "tentação".

Sentimentos de culpa, tristeza e vergonha podem tornar as meninas vulneráveis à baixa auto-estima, considerada um precursor de distúrbios alimentares.

"Restringir o acesso das garotas a alimentos não só pode aumentar seu desejo de obter e consumir esses alimentos, como também despertar nelas uma auto-avaliação negativa quando percebem que seu comportamento contraria as expectativas dos pais", informaram Jennifer Orlet Fischer e Leann Lipps Birch.

Em entrevista à Reuters Health, Fisher, da Faculdade de Medicina Baylor, em Houston (Texas), enfatizou a moderação. Para a pesquisadora, a atenção dos pais deveria concentrar-se no que as crianças podem comer em vez de no que é proibido. Frutas, legumes, verduras e cereais deveriam estar disponíveis para as crianças em casa da mesma forma que doces e alimentos gordurosos.

"As crianças deveriam ser capazes de ver todos os tipos de alimentos que compõem uma dieta saudável", disse Fisher.

As pesquisadoras primeiro perguntaram aos pais de quase 200 garotas entre 5 e quase 7 anos de idade se restringiam o acesso das filhas a pipoca, pretzels, nozes, biscoitos, sorvetes e batatas fritas.

Depois, permitiram que as meninas comessem os alimentos em um lanche imediatamente depois do almoço, momento em que as garotas não sentiriam fome.

Depois de 10 minutos de lanche, os pesquisadores pediram que as crianças avaliassem a comida. Metade do grupo disse que comeu muito e praticamente a mesma quantidade afirmou que se sentiu culpada por isso. Cerca de um terço disse que se sentiria muito mal se os pais soubessem o que tinham comido.

As meninas cujos pais restringiam mais a alimentação foram mais propensas a comer o lanche proibido e se sentir mal por isso. Os sentimentos sobre comer não foram determinados pela quantidade de alimento consumido, mas pela percepção de que esses produtos eram proibidos.

"Restringir o acesso a certos produtos pode promover justamente o tipo de hábito alimentar que os pais tentam evitar com o uso da restrição", concluíram as autores do estudo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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