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Por Patricia Reaney
LONDRES (Reuters) - Não é de se estranhar que o público esteja confuso sobre os efeitos dos telefones celulares à saúde. Até mesmo a opinião científica está dividida em relação ao perigo que os celulares podem representar.
Até agora, não há evidências médicas irrefutáveis de que os celulares causem tumores cerebrais ou outros problemas de saúde, mas existem estudos mostrando que há razões para se preocupar.
Dois artigos publicados na edição de sexta-feira de The Lancet vêm enriquecer o debate, trazendo duas visões opostas sobre a segurança dos telefones celulares, aparelhos que se tornaram acessórios básicos da vida moderna, como os microondas ou as máquinas de lavar.
Kenneth Rothman, da Epidemiology Resources, em Boston, Massachusetts, afirma que ainda é muito cedo para dar o veredito final sobre os celulares. Ele afirma, no entanto, que o risco dos aparelhos causarem um acidente é mais imediato do que o dano de radiação eletromagnética.
Segundo Rothman, pessoas que usam celulares com frequência mais do que dobraram o número de mortes em acidentes nas estradas, em comparação a pessoas que usam pouco os aparelhos. Já Gerard Hyland, da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e do Instituto Internacional de Biofísica, em Neuss-Holzheim, na Alemanha, tem uma visão diferente. Ele acredita que telefones celulares podem causar danos não-termais ao organismo, pois as frequências dos telefones podem interferir nas frequências naturais do corpo.
Hyland acrescentou que o efeito da radiação no sistema de dopamina do cérebro pode causar dor de cabeça. Além disso, disse, a interrupção do sono pode ser relacionada à influência da radiação nos níveis de melatonina, referindo-se a substâncias químicas cerebrais.
Segundo Hyland, são necessárias mais pesquisas sobre o impacto do celular nas frequências do organismo. O pesquisador admitiu ainda que será difícil estabelecer uma relação.
"Existe um elemento subjetivo em quão sensitivos nós somos. O que pode afetar você pode não me afetar", explicou Hyland.
Sinopse preparada por Reuters Health
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