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Por Keith Mulvihill
NEW YORK (Reuters Health) - Um tipo popular de drogas para baixar o colesterol conhecidas como estatinas parece suprimir determinadas células do sistema imunológico e pode ser útil para tratar pacientes transplantados, informaram pesquisadores.
Em um estudo com células cultivadas em laboratório, as estatinas suprimiram a ativação das células T, um componente do complexo sistema imunológico que ajuda a combater infecções e também contribui para inflamações quando reage.
"Esses efeitos inesperados fornecem uma razão científica para o uso de estatinas como imunossupressores, não apenas no transplante de órgãos, mas em vários outros distúrbios", informou a equipe chefiada por Brenda Kwak na Fundação para Pesquisa Médica, em Genebra (Suíça).
O estudo incluiu as drogas atorvastatina (Lipitor), lovastatina (Mevacor) e pravastatina (Pravachol). Os resultados do trabalho estão publicados na edição de dezembro da Nature Medicine.
As concentrações das drogas foram muito semelhantes às doses usadas em pacientes, explicou Wulf Palinski, da Universidade da Califórnia, em San Diego, em artigo publicado junto com o estudo.
"Embora o benefício de tomar essas drogas -- a redução do colesterol -- esteja bem comprovado, ainda não é bem claro como as estatinas funcionam. O novo estudo sugere um mecanismo biológico para a ação destas drogas", disse Palinski à Reuters Health.
"De qualquer forma, devemos ser cautelosos quando os resultados obtidos em tecidos cultivados em laboratório são relacionados a seres humanos", acrescentou o pesquisador.
"As estatinas podem se revelar um tipo de droga capaz de ajudar quem passa por um transplante de órgão", disse o pesquisador. O sistema imunológico de pacientes que receberam transplante geralmente rejeita o tecido estranho do novo órgão e eles costumam precisar tomar drogas para suprimir o sistema imunológico durante toda a vida.
Tradicionalmente, as estatinas são receitadas para reduzir os níveis de gordura no sangue, como colesterol e triglicerídeos. Quando estão presentes no sangue em doses altas, essas gorduras podem entupir as artérias, o que pode levar a um enfarte ou a um derrame.
Sinopse preparada por Reuters Health
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