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Ter armas em casa aumenta o risco de suicídio em adolescentes

NEW YORK (Reuters Health) – Armas de fogo são utilizadas por 60% das pessoas que cometem suicídio nos EUA, e ter uma arma em casa é um fator de risco para suicídio – especialmente no caso de adolescentes.

Uma arma em casa se mostrou como o maior fator de risco de suicídio para menores de 16 anos, comparados com aqueles maiores de 16, mesmo para aqueles sem doença mental identificável, de acordo com vários estudos discutidos pelo Dr. David A. Brent do simpósio da Fundação de Prevenção ao Suicídio realizado aqui nesta semana.

"Existe um risco 30 vezes maior de suicídio em adolescentes se existe uma arma de fogo em casa," disse Brent, da Universidade de Pittsburgh, e co-fundador e diretor do Serviço para Adolescentes de Risco na Pennsylvania, um programa de prevenção ao suicídio. O risco existe tanto para adolescentes masculinos quanto femininos, ele acrescenta.

O aumento dramático na taxa de suicídio em jovens é primariamente atribuído ao aumento na taxa de suicídios por armas de fogo, e o aumento mais recente de suicídio entre jovens afro-americanos do sexo masculino é também devido principalmente ao aumento no suicídio por armas de fogo, observa Brent. "À luz destes resultados, pareceria natural aos médicos recomendar que as armas de fogo sejam removidas das casas de indivíduos de alto risco, e que armas nunca fossem guardadas carregadas, já que elas representam um risco aumentado de suicídio mesmo naqueles indivíduos sem evidência de doença mental," declarou Brent.

Em geral, armas de mão representam maior risco do que armas de cano longo, armas carregadas representam mais risco do que armas descarregadas, mas mesmo armas guardadas à chave respondem por risco maior do que não ter nenhuma arma em casa, acrescenta Brent.

Em um estudo de adolescentes deprimidos conduzidos por Brent, somente 27% dos pais que tinham armas em casa realmente removeram-nas de casa, e aproximadamente 18% daqueles que não tinham armas no início do estudo realmente adquiriram uma arma ao longo de um período de 2 anos.

"Isto significa que nós precisamos pensar em formas melhores de falar aos pais sobre esta questão de remoção das armas de casa," disse Brent. Especificamente, ele acha que envolver ambos os pais nesta questão é vital. Com mais freqüência, a arma pertence ao pai, mas o médico pode ter contato apenas com a mãe que tenha trazido o adolescente para tratamento.

"Compreender a razão pela qual as pessoas têm armas, e discutir a respeito de como elas são mantidas em casa – da forma menos arriscada possível – pode resultar em maior aderência e resultar em uma maior redução na taxa de suicídios," ele acrescenta.

Alterações na legislação de porte de armas parecem ter baixado as taxas de suicídios por armas de fogo, apesar de que todos os estudos ainda não são conclusivos. Uma lei de porte de armas mais restritiva que entrou em vigor em Washington, DC, foi acompanhada de uma diminuição de 23% nas taxas de suicídio, sem alteração nas taxas das localidades suburbanas adjacentes, e sem indicação de que outros métodos substituíram as armas de fogo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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