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04 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Os milhões de norte-americanos com peso acima do normal têm mais um bom motivo para perder alguns quilinhos. Um novo estudo mostrou que mesmo pequenas reduções de peso podem levar a uma diminuição de longo prazo na pressão sanguínea.
Como todos que já tentaram perder peso sabem, manter esta redução não é fácil. Os participantes do estudo tiveram dificuldades em manter a perda de peso, o que ressaltou a necessidade de programas que impeçam a cintura de se expandir novamente, informaram os autores do estudo.
O estudo incluiu quase 1.200 homens e mulheres entre 30 e 54 anos, com excesso de peso e pressão sanguínea acima do normal, significando que tinham risco de ter hipertensão (140/90 ou maior).
Os participantes tinham pressão sanguínea sistólica (primeiro número na leitura da pressão) menor que 140 e diastólica (segundo número) variando de 83 a 89.
Metade dos participantes foi inscrita em um programa de perda de peso de três anos, que incluiu aconselhamento em grupo e individual. A outra metade foi inscrita em um grupo controle que recebeu cuidados médicos normais. O peso e a pressão foram medidos a cada seis meses.
No total, os participantes no grupo de perda de peso tiveram redução enquanto o grupo controle ganhou peso, informou a equipe chefiada por Victor J. Stevens, do Kaiser Permanente Center for Health Research, em Portland (Oregon).
Aos 6, 18 e 36 meses depois do início do estudo, a pressão sanguínea foi significativamente menor no grupo de perda de peso que no grupo controle, informou a equipe na edição de 2 de janeiro do Annals of Internal Medicine.
"Como o esperado, os participantes que perderam mais peso tiveram as maiores reduções na pressão sanguínea", informaram os pesquisadores. Em um quinto das pessoas que perderam mais peso as pressões diastólica e sistólica caíram em média 7 e 5 pontos, respectivamente. Enquanto isto, a pressão diastólica caiu apenas 0,7 pontos e a sistólica aumentou 2,5 pontos entre os 20% que menos perderam peso.
Segundo os cientistas, as pessoas no grupo de perda de peso foram menos propensas a desenvolver hipertensão.
A redução na pressão alta desapareceu quando os participantes recuperaram o peso que haviam perdido, indicou o trabalho. Nestas pessoas, a leitura da pressão sanguínea se deslocou gradativamente para perto dos níveis anteriores à perda de peso.
"A perda de peso deveria continuar a ser promovida para evitar a hipertensão. O desafio é desenvolver programas de perda de peso que alcancem taxas mais altas de sucesso de longo prazo", avaliaram os pesquisadores.
Os resultados do estudo "não deixam dúvidas que a redução de peso é um objetivo valioso para pessoas cujo peso está acima do ideal, cuja pressão sanguínea já é alta ou para quem tem risco de hipertensão", conforme Thomas G. Pickering, do Centro Médico Mont Sinai, em Nova York.
Pickering apontou em editorial que acompanha o estudo que apenas 13 por cento das pessoas no grupo de perda de peso conseguiram manter a redução por três anos.
"Não há uma solução simples para o problema da obesidade", avaliou o especialista. Para ajudar as pessoas a perder peso e manter a redução, ele recomendou uma abordagem multidisciplinar, que não inclua apenas médicos -- que na sua opinião geralmente não discutem o problema do peso e podem responsabilizar os pacientes pela obesidade -- mas também nutricionistas e educadores de saúde.
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