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08 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Uma avaliação independente da qualidade do ar em aviões comerciais levantou vôo na quarta-feira com a alegação de que os fluidos de refrigeração, fumaça do motor e outros poluentes podem apresentar riscos à saúde das pessoas que estão a bordo.
A avaliação da Academia Nacional de Ciências (NAS, sigla para National Academy of Sciences) foi solicitada pelo Congresso em resposta a reclamações de grupos de comissários de bordo sindicalizados que ficam muitas horas no avião e alegam que o ar que respiram no trabalho pode deixá-los doentes.
"É um problema de saúde pública que não está sendo tratado", disse Christopher Witkowski, diretor de saúde e segurança da Associação de Comissários de Vôo (AFA, sigla para Association of Flight Attendants). A entidade representa mais de 40 mil comissários de mais de 25 companhias aéreas.
Com a proibição do cigarro em todos os vôos das companhias norte-americanas, as reivindicações nos últimos anos se voltaram para outros temas sobre a qualidade do ar a bordo como a baixa umidade, vedação ou lotação e possibilidade de transmissão de viroses através do sistema de reaproveitamento de ar.
Alguns problemas de saúde citados pelos comissários incluem dor de cabeça, náuseas e problemas com o equilíbrio. Existem estudos em andamento para determinar se a saúde reprodutiva é afetada pela qualidade de ar na cabine.
A Agência Federal de Aviação (FAA, sigla para Federal Aviation Administration) informou que a qualidade do ar no avião tem melhorado ao longo dos anos e a entidade está "procurando avançar" na identificação de qualquer elemento que possa "apresentar riscos" para requerer regulamentação.
A Academia de Ciências vai requisitar dados sobre contaminação de aviões da FAA e outras organizações de saúde e ambientais para avaliar possíveis propostas de melhora da qualidade do ar.
O estudo incluindo as recomendações deve ser concluído em setembro. A Academia não tem autoridade para criar regulamentos.
Judith Murawski, higienista industrial que trabalha para a Associação de Comissários, disse à Academia em audiência pública na quarta-feira que o óleo lubrificante das partes móveis pode esquentar e emitir gases que podem vazar para o suprimento de ar.
Olney Anthony, um pesquisador de segurança do ar que trabalha para a Associação Internacional de Mecânicos e Trabalhadores Aeroespaciais, disse que os fluidos de refrigeração e outras substâncias químicas "podem encontrar um caminho próprio" no sistema que fornece ar à cabine. Isto não significa que essas substâncias não sejam filtradas antes de atingir o compartimento.
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