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31 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A ansiedade, o desânimo e a confusão estão "escritos no seu rosto"? Agora, pesquisadores afirmam que essa figura de linguagem pode ser verdadeira.
Um novo estudo descobriu que o estresse parece diminuir a capacidade da pele de funcionar de forma adequada, cicatrizar feridas e combater doenças.
"Todos na dermatologia temos a compreensão de que certas doenças pioram com o estresse psicológico mas, sinceramente, ficamos surpresos com as descobertas", disse o co-autor do estudo, Peter M. Elias, do Centro Médico de Assuntos para Veteranos, em São Francisco, Califórnia.
"O que acreditamos que estamos demonstrando aqui é o efeito direto do estresse na epiderme", acrescentou Elias.
Durante o estudo, os pesquisadores analisaram 27 estudantes de Medicina, Odontologia e Farmácia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que apresentavam peles saudáveis.
Elias e sua equipe mediram os níveis de raiva, confusão, ansiedade, depressão, fadiga e tensão em três ocasiões diferentes durante oito semanas em 1999, um período que incluiu duas viagens e uma semana de provas.
Nesse período, os cientistas aplicaram e retiraram repetidamente uma fita adesiva nos antebraços dos estudantes. Depois, eles mediram a rapidez com que a pele dos participantes recuperava sua capacidade de "respirar" adequadamente.
Elias e sua equipe descobriram que a recuperação da pele parecia estar diretamente relacionada aos níveis de estresse -- com o estresse alto durante as provas associado a uma menor capacidade da pele irritada de retomar sua função normal.
As descobertas estão publicadas na edição de janeiro de Archives of Dermatology.
Os pesquisadores afirmaram que descobriram a primeira relação direta entre o estresse e uma queda na capacidade da pele de readquirir o funcionamento normal após irritação.
Além da recuperação por ter uma fita adesiva aplicada e removida da pele, essa ligação pode colocar uma pessoa estressada sob risco maior de doença de pele comum, como psoríase e dermatite, de acordo com o estudo.
"Os médicos são treinados como cientistas", disse Elias. "Desse modo, sem provas, muitos dos meus colegas não levavam isso a sério. Mas agora estamos colocando o assunto no âmbito objetivo", acrescentou o pesquisador.
Elias destacou que, para evitar que o estresse se manifeste no seu rosto, a meditação, o biofeedback, a terapia em grupo e a hipnose podem ajudar as pessoas.
Essas técnicas de redução do estresse podem ajudar enquanto a pessoa continuar concentrada e envolvida, de acordo com Francisco A Tausk, professor associado de dermatologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland, e autor de um editorial acompanhando o estudo.
"Infelizmente, acredito que elas precisam de disciplina", disse Tausk à Reuters Health.
"Eu mesmo não tenho disciplina, mas se você tem, (as técnicas) funcionam, normalmente envolvendo uma combinação de exercícios, dieta e relaxamento. Elas ajudam -- mas você tem que fazer", acrescentou Tausk.
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