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São Paulo, 16 de março de 2001 (eHealthLA). Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), de Belém, estão tentando descobrir a causa da contaminação pelo mal de Chagas de seis pessoas de uma mesma família de classe média alta da capital paraense.
A doença, cuja presença é rara na cidade, foi diagnosticada em novembro passado, mas a sua origem ainda é um mistério para os cientistas do IEC.
Há duas hipóteses: por ingestão do vinho de açaí, fruta típica da Amazônia e largamente consumida no almoço pelas famílias da região, ou pelo consumo de alimentos crus.
Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o mal de Chagas afeta três milhões de pessoas só no Brasil e mata pelo menos cinco mil a cada ano.
Transmissão
A doença de Chagas é transmitida por percevejos da família dos triatomíneos (Triatoma infestans, Panstrongylus megistus e outras espécies), conhecidos como barbeiro, chupança ou bicho-de-parede, principalmente no Nordeste do País.
O mosquito barbeiro pica o homem e, em seguida, deposita suas fezes sobre o local. Por meio delas passa o parasito Tripanosoma cruzi.
"Os sintomas da infecção só aparecem muitos anos depois", alerta o cardiologista Ângelo Amato Vincenzo de Paola, da Universidade Federal de São Paulo. O tripanossoma faz o coração bater depressa ou devagar demais, inflama seu músculo, deixando-o enorme, tão enorme que ele acaba sem forças para bater.
Quando o diagnóstico é precoce, é possível acabar com a infecção por meio de medicamentos. Se o coração já foi atingido, só resta o transplante.
A medicação receitada pelo parasitologista Aldo Valente, do IEC, para a família paraense foi suspensa em fevereiro. Os doentes agora fazem o controle para evitar que surjam deformações pelo corpo ou seqüelas internas, como problemas no fígado e coração.
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