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São Paulo, 31 de Maio de 2001 (eHealthLA). A doença cardiovascular não é uma exclusividade masculina. As mulheres sofrem variações hormonais importantes, especialmente no período de pós-menopausa e as conseqüências para o coração podem ir muito além dos conhecidos sintomas desagradáveis desta fase da vida.
Estudos recentes apontam que as alterações hormonais decorrentes da menopausa deixam as mulheres mais suscetíveis a complicações cardíacas.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia a ausência do estrogênio no organismo diminui a proteção cardiovascular de que a mulher usufrui durante o período fértil.
Nos países desenvolvidos, mais de 50 por cento das mulheres morrem em decorrência de alguma doença cardiovascular.
Período mais vulnerável
Ao entender as relações entre doenças cardíacas e alterações hormonais, e contando com orientação e medicamentos adequados, as mulheres podem se proteger e ao mesmo tempo desfrutar de uma vida saudável em todos os seus planos de atividade.
Homens e mulheres são muito diferentes em relação às doenças coronarianas. Segundo Cláudio Ávila, cardiologista do Instituto do Coração (Incor), de São Paulo, em geral, a incidência é menor nas mulheres, mas no período de pós-menopausa é que se encontra a maior vulnerabilidade feminina.
“Isto ocorre por questões hormonais, pois, nesse período, a mulher perde a proteção do estrógeno (hormônio feminino que controla a menstruação)”, diz.
Na sua fase reprodutiva, quando a mulher tem níveis normais de estrógeno, este exerce um efeito protetor sobre o perfil de gordura lipídica, de tal forma que ela apresenta índices maiores de colesterol bom (HDL - colesterol).
Na pós-menopausa ocorre redução dos níveis deste colesterol bom (HDL - colesterol) e aumento do colesterol ruim (LDL - colesterol).
“Assim, esta mulher deixa de se beneficiar com o efeito protetor estrogênico, passando a apresentar maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Risco este que depende também de fatores hereditários, como estilo de vida, alimentação, sedentarismo”, ressalta o especialista.
Como se proteger do mau colesterol
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as orientações devem ser seguidas por todas as pessoas, independentemente dos níveis de colesterol.
Aqueles com aumento do colesterol LDL e também com aumento dos triglicérides podem necessitar de uma proibição mais rígida e até mesmo necessitarem de medicação para reduzir os valores do colesterol LDL e dos triglicérides.
Neste caso só mesmo um médico poderá dar a orientação correta. Os seguintes conselhos são úteis para uma alimentação saudável:
Recomendações para quem tem colesterol elevado:
Muita atenção com alimentos originários do reino animal. São eles que contém colesterol. Os alimentos do reino vegetal não contém colesterol.
Evite leite integral e seus derivados (queijos, principalmente amarelos, manteiga, creme de leite), biscoitos amanteigados, croissants, folhados, sorvetes cremosos, embutidos em geral (lingüiça salsicha e frios), carnes vermelhas gordurosas, carne de porco (bacon, torresmos), vísceras (fígado, miolo, miúdos); pele de animais terrestres, animais marinhos (camarão, lagosta, sardinha e outros frutos do mar).
Especial atenção deve-se dar à redução da ingestão de gema de ovo (225mg/unidade), não se esquecendo que ela participa também do preparo de diversos alimentos (bolos, tortas, panquecas, macarrão, etc).
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