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22 de Maio de 2003 (Bibliomed). Independentemente de ser loiro, ruivo, castanho-escuro ou preto, todos os tipos de cabelos podem sofrer danos similares quando expostos aos raios solares. A conclusão é de uma pesquisa realizada no Instituto de Química da Unicamp, que buscava quantificar os efeitos de diferentes faixas de radiação ultravioleta (UVA – 315-400 nm e UVB – 290 315 nm), em vários tipos de cabelo. A pesquisadora Ana Carolina Santos Nogueira utilizou uma lâmpada de vapor de mercúrio como fonte artificial e comparou os resultados com os de cabelos expostos ao sol. Em outra fase da pesquisa foi usado um protetor solar comercial para verificar a sua eficácia de proteção ao cabelo dos danos causados quando expostos à luz solar.
O principal objetivo da pesquisadora ao realizar a dissertação de mestrado denominada “Efeito da radiação ultravioleta na cor, na perda protéica e nas propriedades mecânicas do cabelo” era auxiliar a indústria de cosméticos a formular produtos mais eficientes para proteger o cabelo dos danos causados pela exposição ao sol.
A pesquisadora observou que, após diversos tempos de exposição a radiações ultravioletas (UVA e UVB), todos os cabelos perdem cerca de duas vezes mais proteína que os respectivos cabelos não-tratados quando expostos à radiação UVA. Para radiação UVB (290-315 nm) a perda protéica variou de acordo com o tipo de cabelo, sendo maior para os cabelos castanho-escuros e loiros. “Apesar do loiro variar mais a cor, perde a mesma quantidade de proteína que o cabelo castanho”, observou.
A alteração observada no cabelo loiro foi cerca de quatro vezes maior que a do cabelo castanho-escuro. “Isso representa um indicativo de que a resistência dos cabelos claros ou escuros à radiação solar não está diretamente relacionada com o tipo de melanina (pigmento responsável pela cor do cabelo e da pele) que esses cabelos possuem”, explicou.
O trabalho mostrou que a radiação UVB é o principal responsável pela perda protéica do cabelo e que essa radiação aparentemente não contribui para a mudança da cor do cabelo, que é causada pela radiação UVA. Outra conclusão é que não há diferença significativa de resistência à exposição solar entre os cabelos claros e escuros. O único cabelo que apresentou grande resistência à exposição solar foi o cabelo preto. “Após 56 horas expostos ao sol, os cabelos ruivos, loiros e castanho-escuros apresentaram perdas de proteínas similares e cerca de três vezes maiores que a do cabelo preto”, disse.
A pesquisadora também observou que após 911 horas de exposição ao sol os cabelos apresentam mudanças de cor similares aos que ficaram durante 224 horas expostos à lâmpada e que todos os cabelos mudam de cor após esse tempo. Os cabelos loiros apresentaram a maior variação.
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