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15 de Setembro de 2005 (Bibliomed). O Greenpeace acusou na última semana a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, sigla em inglês para International Atomic Energy Agency) de manipular os dados sobre as mortes relacionadas ao acidente nuclear de Chernobyl. Para a organização, a postura da IAEA é parte de uma manobra para incentivar o uso e o desenvolvimento da energia nuclear.
Em conferência no dia 5 de setembro em Viena, a IAEA apresentou relatório afirmando que o número de mortes causadas pela catástrofe nuclear de 26 de abril de 1986 na usina ucraniana de Chernobyl causou 56 mortes diretas (47 funcionários da usina e 9 crianças que morreram de câncer de tireóide). Ainda segundo a agência, cerca de 4 mil pessoas ainda deverão morrer de câncer devido à radiação liberada pelo acidente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), da ONU, produziu seu próprio relatório afirmando que as mortes poderiam ultrapassar 8 mil se fosse ampliado o campo de pesquisa. A OMS estimou que, entre 76 mil pessoas analisadas, houve 216 mortes até 1998, e não 56.
Ambos os relatórios apresentaram números muito menores do que os cerca de 150 mil divulgados pelo governo ucraniano após a tragédia. Segundo o Greenpeace, tanto a IAEA quanto a OMS não consideraram as 600 mil pessoas expostas diretamente à radioatividade liberada pelo acidente, entre elas 200 mil militares e civis enviados para limpar e reconstruir o local, além de moradores das áreas vizinhas ao acidente. Além disso, não foram analisados os centenas de milhares de europeus expostos a doses menores de radiação em conseqüência da nuvem de contaminação que se espalhou da usina nuclear de Chernobyl para a Europa.
Fonte: Greenpeace _ Press release
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