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Por Keith Mulvihill
WASHINGTON (Reuters Health) - Juntar ossos quebrados pode ser uma tarefa difícil para médicos, especialmente quando pinos, placas e parafusos são necessários para reconstruir um dano grave. Agora, um novo material biodegradável traz esperanças como um fixador de ossos quebrados, afirmaram pesquisadores durante o encontro da Sociedade Química Americana, em Washington DC.
"Desenvolvemos o material trabalhando, basicamente, de trás para frente", disse Amy Burkoth, estudante de pós-graduação da Universidade de Colorado, em Boulder. "Conhecíamos todas as propriedades que gostaríamos que nosso material fixador de ossos quebrados tivesse. Desse modo, o fizemos no laboratório."
O maior obstáculo que as pesquisadoras enfrentaram foi desenvolver um material que não se degradasse muito rápido -- ou seja, mais rápido do que índice do osso que está se consolidando.
"Precisávamos de algo que ficasse rígido para manter o osso no lugar, mas que também se dissolvesse no corpo de modo que, quando o material fixador fosse se degradando, o osso estivesse consolidado", explicou Burkoth.
Burkoth e Kristi Anseth desenvolveram um tipo de massa não-tóxica que endurece na presença de luz. A luz faz com que as moléculas na massa façam fortes ligações e endureçam. Teoricamente, um cirurgião poderia aplicar a pasta em ossos, e quando terminasse, aplicar uma luz forte no osso para endurecer o material colocado.
O processo é similar ao que pessoas sentem quando um dentista aplica material de restauração, ou preenche uma cavidade onde houve perda de estrutura dentária, usando luz para tornar o material duro como um dente.
O sucesso dessa massa se deve ao fato de que ela degrada lentamente a partir das camadas externas para as internas, destacou Burkoth. Desse modo, o material conserva sua capacidade de dar um suporte maior que 90 por cento aos ossos em consolidação mesmo após 40 por cento da massa ter dissolvido.
O material pode ser desenvolvido especialmente para dissolver em semanas ou meses, dependendo das necessidades do paciente.
As pesquisadoras testaram a resistência do material no laboratório colocando discos da massa em uma solução que simula os tecidos do corpo e também o testaram em ratos.
"Colocando a massa diretamente abaixo da pele dos ratos, conseguimos medir a biocompatibilidade, que descobrimos ser favorável", disse Burkoth.
As pesquisadoras tiveram sucesso similar quando utilizaram o material nos ossos dos ratos, destacando que a massa "não impediu o processo natural de consolidação dos ossos".
Agora, as cientistas precisam continuar a estudar os efeitos e a estabilidade do material sintético e isso pode levar anos até que ele esteja disponível para ajudar a fixar ossos quebrados, acrescentaram.
Sinopse preparada por Reuters Health
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