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Por Keith Mulvihill
NOVA YORK (Reuters Health) - Você pode querer prender a respiração na próxima vez que viajar de carro. Um novo relatório informa que poluentes do ar como monóxido de carbono podem ser dez vezes piores dentro do carro que ao ar livre.
Outras substâncias desagradáveis como benzeno, ozônio e óxido nitroso também têm sido verificados em níveis maiores que ao ar livre e, às vezes, excedem o que a Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla para Environmental Protection Agency) considera como seguro.
Conforme a EPA, a ameaça da exposição ao monóxido de carbono à saúde é mais séria para quem tem doenças cardiovasculares. Em pessoas saudáveis, a exposição pode afetar a capacidade para realizar exercício, visão, agilidade manual e aprendizado.
O relatório Poluição dentro do Carro: Ameaça Oculta para Motoristas de Automóveis foi divulgado pelo International Center for Technology Assessment, um grupo sem fins lucrativos, sediado em Washington, D.C.
Uma equipe de analistas revisou 23 documentos científicos, cuja maioria foi publicada em jornais científicos especializados nos últimos 15 anos.
"Queríamos criar um documento que fosse ajustado ao público em geral, já que a maioria das pessoas não lê material técnico encontrado em jornais. A maioria dos motoristas poderia ficar surpresa em conhecer o ar insalubre dentro dos seus carros", escreveu Mark Briscoe.
Os norte-americanos gastam mais e mais tempo dentro dos carros. Conforme Briscoe, estima-se que tenham dirigido 4,48 milhões de quilômetros em 1995 - ano que correspondem os dados mais recentes disponíveis - e em média o deslocamento entre a casa e o trabalho leva cerca de 30 minutos em cada viagem, deixando os norte-americanos expostos ao ar ruim por longos períodos de tempo.
Como toda esta poluição chegou dentro do seu carro? Ao contrário do que poderia parecer uma explicação lógica, a poluição do ar não vem do seu carro.
"Basicamente, você está respirando a poluição emitida pelos canos de descarga dos outros carros que emitem níveis mais altos de poluentes como óxido nitroso e compostos orgânicos voláteis como o benzeno", explicou o pesquisador.
Veículos a diesel também emitem altos níveis de substâncias particuladas, partículas muito pequenas que são subprodutos da combustão das unidades de potência e nos motores de carro.
Tanto as partículas pesadas quanto as leves são uma preocupação para saúde porque podem penetrar nas regiões sensitivas do aparelho respiratório.
Conforme a EPA, as partículas leves são a maior preocupação porque estão ligadas aos efeitos mais sérios como tosse persistente, catarro, dificuldade respiratória e desconforto físico.
O Estado norte-americano da Califórnia identificou o combustível diesel expelido como uma substância conhecida por causar câncer em 1990.
Além de gastar menos tempo no carro e usar transporte público, Briscoe recomenda que os proprietários de carro façam ajustes frequentes. Quanto mais eficiente for o funcionamento do motor, menos poluentes serão formados.
Além disso, Briscoe e sua equipe estão apelando a EPA para que se determine uma redução abrupta nos níveis de poluentes emitidos dos veículos movidos a combustível diesel e forçar as fábricas de carros a produzir alternativas com zero de emissão para veículos movidos a gasolina e diesel.
O relatório completo pode ser obtido na home page do International Center for Technology Assessment (http://www.acta.org).
Sinopse preparada por Reuters Health
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