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Doença cardiovascular mata mais do que câncer em todo o mundo, alerta especialista

15 de setembro de 2009 (Bibliomed). As doenças cardiovasculares passaram a matar mais que o câncer no mundo inteiro, e a situação entre os países desenvolvidos e os demais é cada vez mais semelhante, segundo o professor Peter Libby, da Universidade de Harvard, nos EUA. Em palestra proferida esta semana no Congresso Brasileiro de Cardiologia, o pesquisador destacou que o problema é até mais grave nas nações em desenvolvimento, à medida que 80% dos óbitos devidos ao coração ocorrem nesses países, principalmente pelo fato de os recursos médicos e medicamentosos ainda não estarem plenamente popularizados nessas regiões.

O pesquisador destacou que ocorrem, no mundo, cerca de 20 milhões de óbitos anuais devido a problemas do coração, cinco milhões deles envolvendo o cigarro. Na América Latina, o coração já mata mais de duas vezes que os tumores cancerosos, sendo que, no Brasil, são 315 mil mortes a cada ano – todas evitáveis. Segundo ele, por ordem de importância, morre-se mais do coração, seguido pelo câncer, pelas doenças respiratórias e pelo diabetes – que também leva a doenças cardíacas ou a seu agravamento.

Segundo o especialista, as doenças cardíacas, que até a década de 1950 atingiam principalmente as classes socioeconômicas de maior nível, agora afetam democraticamente o mundo inteiro. Prova disso seria o fato de que, nos Estados Unidos, a ocorrência de problemas cardíacos entre os hispânicos está crescendo, se aproximando do nível que se registra entre os brancos. Similarmente, a mulher, que estava menos sujeita a problemas cardíacos, hoje está quase tão suscetível quanto o homem.

Para ele, é vital que se controle o fumo, sedentarismo, obesidade, pressão arterial, colesterol e a síndrome metabólica, principalmente nos países em desenvolvimento, cujo diagnóstico precoce é muito menos comum do que nos países desenvolvidos. "Estamos num período de transição epidemiológica", disse o pesquisador, acrescentando que os cardiologistas devem assumir seu papel de líderes na comunidade e atuar de modo efetivo no sentido de educar a comunidade e promover uma profunda mudança no estilo de vida. "Isto assume importância especial, pois há o risco efetivo de que, pela primeira vez na história da humanidade, a atual geração de jovens possa ter expectativa de vida menor do que a população mais adulta", concluiu.

Fonte: 64º Congresso Brasileiro de Cardiologia. Doc Press. Press release. 14 de setembro de 2009.

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