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18 de agosto de 2010 (Bibliomed). Há cada vez mais pessoas jovens perdendo a audição, segundo pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Comparando dois estudos nacionais - um realizado no período entre 1988 e 1994, e outro entre 2005 e 2006 -, os pesquisadores observaram um crescimento significativo do número de jovens que sofrem algum grau de perda auditiva: de 15% no início da década de 90, para quase 20% nos últimos anos.
Enquanto o primeiro estudo incluiu dados de quase 3 mil pessoas, o segundo recolheu informações de 1,7 mil pessoas com idades entre 12 e 19 anos. E os resultados indicaram um crescimento da perda de audição entre os jovens. “Em base relativa ela é aproximadamente 30% maior. Anteriormente, uma em sete crianças seria descoberta com perda de audição. Agora, é uma em cinco”, destaca o pesquisador Gary C. Curhan, acrescentando que, embora a maioria dos casos seja leve, “qualquer perda auditiva é ruim”, pois pode interferir no desenvolvimento da fala e da linguagem e no desempenho escolar.
As análises não identificaram uma relação entre a exposição ao ruído e a perda auditiva entre os jovens - o que seria uma explicação possível para a maior perda de audição dos jovens -, mas mostrou que o problema seria 1,6 vezes mais comum em famílias abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos. Entre os mais pobres, 23% apresentaram algum grau de perda, enquanto essa taxa foi de 18% entre a população acima da linha da pobreza.
“Isso certamente levanta bandeiras vermelhas. O grau de aumento é preocupante”, alerta o otorrinolaringologista Robert K. Jackler, que revisou o estudo. “Se este estudo for validado, e se esta tendência for validada, ele vai oferecer um forte argumento em favor da limitação da capacidade dos aparelhos de som amplificados que têm níveis potencialmente prejudiciais de ruído”, acrescentou o especialista. Enquanto isso não ocorre, o pesquisador destaca que o papel dos pais é muito importante no controle do volume.
Fonte: Journal of the American Medical Association. 18 de agosto de 2010.
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