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SÃO PAULO (Reuters) - Diversas pesquisas indicam que a ingestão enriquecida de ácido
fólico, um tipo de vitamina B, diminui nas gestantes as chances de ocorrência de algumas
malformações congênitas no bebê, especialmente defeitos no tubo neural.
A forma mais adequada de prevenção desses problemas é através de suplementos contendo
ácido fólico, em vez de dieta ou fortificação alimentar, segundo o pesquisador Andrew Czeizel,
integrante do Centro Colaborador para o Controle de Enfermidades Hereditárias da
Organização Mundial de Saúde (OMS) da Hungria.
De acordo com estudos realizados por Czeizel com quase 5.500 gestantes, a suplementação
multivitamínica contendo 0,8 miligramas de ácido fólico no período periconcepcional -- que
inclui a pré-concepção e o início da gravidez -- reduziu pela metade a ocorrência de defeitos no
tubo neural, que origina a medula espinhal e o cérebro. Esses defeitos podem levar a
complicações como a espinha bífida, malformação na coluna vertebral.
"Além disso, houve menor incidência de malformações cardiovasculares, defeitos do trato
urinário e malformações das extremidades", acrescentou Czeizel, que apresentou os resultados
de seus estudos na segunda-feira, durante o 6o. Congresso Paulista de Obstetrícia e
Ginecologia, que termina amanhã, em São Paulo.
Para Czeizel, a suplementação vitamínica durante a gestação é o método mais eficaz e barato de
prevenir malformações congênitas. Entretanto, o pesquisador destacou que o fato da maioria
das gestações não ser planejada prejudica seu sucesso, pois a suplementação deve ser iniciada
antes da gravidez.
"O programa de suplementação deve ser iniciado um mês antes da concepção e ser estendido
por mais três meses, já que alguns dos principais defeitos congênitos são determinados por
circunstâncias da concepção", explicou Czeizel.
Frente ao grande número de gestações não planejadas, Czeizel acredita que as iniciativas
húngaras -- de adicionar ácido fólico, vitamina B12 e B6 ao pão -- e norte-americana -- de
fortificar a farinha de trigo com ácido fólico -- são positivas e podem ajudar na possível
prevenção de defeitos congênitos.
"Mas especialistas relatam que, após a fortificação alimentar nos Estados Unidos em 1998, não
foi observada uma redução significativa de nascimentos de crianças com defeitos congênitos",
disse Czeizel, que fez a pesquisa com o Supradyn pré-Natal, da Roche.
Sinopse preparada por Reuters Health
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