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01 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Os pais que descobriram horrorizados que órgãos haviam sido retirados de seus filhos mortos contaram seus piores pesadelos na quarta-feira, depois que um médico teve seu direito de exercer a profissão na Grã-Bretanha cassado para sempre. "Enterramos nossa filha como um quebra-cabeças em três funerais."
"Encontramos nosso gêmeos enfiados em um único vidro."
"Nosso bebê foi tratado como um animal."
O médico holandês Dick van Velzen, do hospital Alder Hey, em Liverpool, norte da Inglaterra, mentia para os pais e roubava ou falsificava fichas médicas para encobrir suas atividades, disse o secretário (ministro) da Saúde, Alan Milburn, ao Parlamento.
"Ele sistematicamente ordenava a retirada antiética e ilegal de todos os órgãos de todas as crianças que haviam tido uma autópsia", disse Milburn antes de entregar o relatório para a polícia e Promotoria.
Os tablóides da Grã-Bretanha chamaram van Velzen de "Frankenstein contemporâneo" e publicaram páginas e páginas de histórias arrepiadoras de pais cuja raiva e sensação de traição eram palpáveis.
O responsável pelo relatório, Michael Redfern, disse que cabeças de crianças, incluindo a de uma menino de 11 anos, eram preservadas em jarros. Olhos foram tirados de fetos. Corações, cérebros e espinhas foram removidas -- e os pais de nada sabiam.
O escândalo está sendo considerado o mais horrível da história do Serviço Nacional de Saúde do país, que já teve casos como o do "doutor Morte" Harold Shipman, o assassino em série mais letal da Grã-Bretanha, que provavelmente matou mais de 300 pacientes.
E não foi apenas no Alder Hey. Outro relatório revelou que mais de cem mil pedaços de corpos foram estocados em outros hospitais britânicos. Muitos eram preservados sem o consentimento dos parentes, e nunca foram usados para pesquisa médica.
Milburn prometeu novas leis para a obtenção de autorização para autópsias. "A dor causada aos pais pela sequência terrível de acontecimentos é imperdoável", disse ao Parlamento.
Mas talvez essa dor tenha sido melhor expressa por Paula O'Leary. O coração de seu filho foi estocado pelo Alder Hey.
"Nem mesmo Stephen King poderia escrever uma coisa tão aterrorizante quanto o que estava acontecendo naquele hospital."
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