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Belo Horizonte, 25 de Setembro de 2001 (Bibliomed). Número crescente de pacientes, sem um sistema público de saúde com atendimento suficiente. Este é o quadro no País no que diz respeito ao Mal de Alzheimer.
Atualmente, 1,2 milhão de brasileiros têm esta doença neurológica crônica que leva à demência. Com o envelhecimento da população brasileira, a tendência é de que o quadro fique ainda mais crítico.
Um das grandes esperanças está na descoberta de uma vacina. Em agosto deste ano, o professor catedrático de Neurologia, da Universidade de Navarra, na Espanha, Manuel Martínez Lage, chegou a anunciar que em cinco ou sete anos uma vacina de caráter preventivo e curativo estará disponível no mercado.
A falta de políticas específicas para enfrentar a doença aflige os familiares dos pacientes. No Brasil, não há distribuição de medicamentos para impedir o avanço da doença e, na maior parte dos estados, nem mesmo o acompanhamento dos doentes.
No Dia Internacional da Doença de Alzheimer, comemorado na última sexta-feira, não faltaram motivos para que as vítimas da doença e seus parentes manifestassem mais uma vez suas angústias.
Membros da Associação Brasileira de Alzheimer, Doenças Similares e Idosos de Alta Dependência (Abraz), entidade que tem 6.500 associados, lembraram que o tratamento só está disponível para quem paga planos de saúde ou atendimento particular.
A Abraz calcula que o tratamento de um paciente custe, no mínimo, R$ 600 mensais, gastos na compra de medicamentos e fraldas descartáveis. Uma das reivindicações é de que o Ministério da Saúde inclua as drogas contra o Alzheimer na lista de medicamentos distribuídos nos postos. Outro problema trazido com o Alzheimer é a desestrutura familiar.
Como o paciente é dependente, os parentes têm que se desdobrar, adaptando a própria rotina às necessidades do portador do Mal.
As pesquisas querem descobrir uma vacina, mas também as causas da doença. O Alzheimer se caracteriza pela destruição dos neurônios na área do cérebro responsável pela memória, que vai perdendo progressivamente sua função.
Até agora, os pesquisadores sabem que o Mal é provocado por fatores ambientais e genéticos. As drogas usadas contra a doença são paliativas. Entretanto, a vacina promete estimular o organismo a criar anticorpos que atuaram nas lesões cerebrais.
Os laboratórios Elan (irlandês) e Wyeth (americano) trabalham na produção do medicamento. O que os estudos ainda precisam descobrir é que pessoas correm o risco de desenvolver a doença e podem se beneficiar com a vacina. O ideal é que tão logo os fatores de risco sejam identificados, o paciente já comece a receber o tratamento, bem antes do aparecimento dos sintomas.
O pesquisador Martínez Lage acredita que estas perguntas estarão respondidas em dois anos. Os testes de tolerância à vacina serão realizados com pacientes nos Estados Unidos e na Inglaterra.
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