A depressão pode ser uma condição debilitante, principalmente para crianças e adolescentes, e sua detecção nem sempre é fácil. De acordo com pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, os questionários de triagem recomendadas podem levar a erros de diagnóstico.
Os pesquisadores realizaram uma revisão de estudos sobre técnicas de triagem para a depressão em crianças e adolescentes e encontraram provas suficientes de que essas não são precisas.
As recomendações do U.S. Preventive Service Task Force incluem o rastreio de todos os adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, prática não adotada por outros países. Para os pesquisadores, a triagem geral de adolescentes, independente de eles mostrarem ou expressarem sintomas da doença, com o uso de questionários confusos, pode resultar em um falso diagnóstico, o que levaria ao uso desnecessário de medicamentos.
Os pesquisadores explicam que, no estudo, não encontraram ferramentas com evidência de precisão que efetivamente identificassem crianças e adolescentes com depressão, e acabam por dar falsos diagnósticos, levando crianças saudáveis a tratamentos desnecessários.
Para o estudo, publicado no Canadian Journal of Psychiatry, os pesquisadores analisaram 17 estudos com dados sobre 20 ferramentas depressão triagem, a maioria dos quais foram comparados com entrevistas de diagnóstico validados para o transtorno depressivo maior. No geral, os pesquisadores relatam que nenhum dos estudos examinou a precisão das ferramentas de triagem, e em muitos casos, foram muito pequenos, as normas para a análise dos dados foram inconsistentes e a maioria deles não excluíram as crianças e adolescentes que já tinham sido diagnosticados ou estavam em tratamento para a depressão.
A partir dessa revisão de dados, os pesquisadores recomendam estudos maiores e mais bem concebidos que considerem os resultados do tratamento e melhores medidas padronizadas para o diagnóstico de depressão.
Fonte: UPI, 02 de agosto de 2016